Campinas, Domingo, 20 de Maio de 2001

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População rural habita "falsas zonas" da região metropolitana

DA FOLHA CAMPINAS

A maior parte (71%) da população que habita a zona rural da RMC (Região Metropolitana de Campinas) ocupa áreas denominadas por especialistas como "falsas zonas rurais", ou seja, sem produção agrícola ou perfil considerado "caipira".
Dos 15.731 habitantes da zona rural da RMC, 11.139 moram nessas áreas de extensão urbana, de acordo com os dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no último dia 9.
Os municípios de Campinas e Sumaré são responsáveis pela metade dessa área.
Para a pesquisadora Rosana Baeninguer, do Nepo (Núcleo de Estudos Populacionais) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), as "falsas áreas rurais" mostram a força da metropolização na região.
"É o resultado do processo acentuado de "periferização", intenso na década de 90. Essas áreas não são voltadas para a agricultura, mas sim para a dinâmica industrial das cidades", declarou a pesquisadora.
O município de Itatiba tem a outra metade da área de "falsas zonas rurais" da RMC, com 5.108 habitantes nesse setor.
No entanto as características da área em extensão urbana de Itatiba são voltadas para condomínios fechados e áreas de lazer. Outro dado do IBGE que fundamenta "as falsas zonas rurais" é o número de habitantes por domicílio, segundo a pesquisadora.
A RMC tem 3,7 moradores por domicílio particular na zona urbana e 3,74 nas "falsas áreas urbanas", segundo o IBGE.
"Isso comprova como essas áreas estão integradas com a urbana", declarou Rosana.
As zonas realmente rurais apresentam índice de fecundidade bem mais alto, segundo a pesquisadora da Unicamp.


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