São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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Prefeitura suspende pagamentos amanhã

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo secretário das Finanças da Prefeitura de São Paulo, Tiago de Paula Araújo, disse ontem que a administração está "semifalida" e que o momento que a cidade atravessa é crítico.
O secretário afirmou que amanhã todos os pagamentos da prefeitura serão suspensos até que se decida quais as prioridades do município. "Vamos estancar a sangria e achar outros critérios para o pagamento. Vamos pagar de forma moralmente correta."
"Em sã consciência, os secretários não assumiriam", disse Araújo ao se referir à situação financeira da administração.
Araújo afirmou que está fazendo um levantamento sobre a situação do caixa da prefeitura para levar hoje um relatório ao prefeito interino, Regis de Oliveira.
Segundo o secretário, as obras que não estão concluídas, por exemplo, não serão prioritárias, a não ser que já estejam praticamente prontas. De acordo com Araújo, a prefeitura possui hoje compromissos maiores do que a disponibilidade de recursos.
Para tentar amenizar o problema, o secretário disse que pretende diminuir as despesas, com o corte de obras que não são consideradas importantes para o município. Araújo descarta o corte na folha de pagamento dos funcionários públicos da cidade.
Para Araújo, se não fosse a renegociação da dívida, concluída neste ano, a cidade estaria sem disponibilidade de recursos.
"A renegociação foi vantajosa, sem dúvida nenhuma. Do jeito que estava, era totalmente inadministrável", disse. A opinião do secretário é contrária à da maioria dos pré-candidatos à prefeitura.
Araújo disse que tomará providências para arranjar os 20% da dívida do município com a União, que precisam ser pagos em 30 meses a partir de junho. Segundo o secretário, dessa forma os juros são "mais interessantes para a prefeitura".
Para isso, ele disse que estuda acelerar o processo de privatização de empresas da prefeitura e aquelas das quais o município detém parte. Ele citou como exemplo a Anhembi, o estádio do Pacaembu e o autódromo de Interlagos.
Disse também que fará um trabalho para aumentar a arrecadação e tentar diminuir a evasão dos impostos municipais, por meio de cobranças mais ágeis e modernização da fiscalização. Entretanto, lembrou que, em seis meses de governo, não há muito tempo para mudanças que dependam da aprovação da Câmara Municipal.


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