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Prefeitura suspende pagamentos amanhã
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo secretário das Finanças
da Prefeitura de São Paulo, Tiago
de Paula Araújo, disse ontem que
a administração está "semifalida"
e que o momento que a cidade
atravessa é crítico.
O secretário afirmou que amanhã todos os pagamentos da prefeitura serão suspensos até que se
decida quais as prioridades do
município. "Vamos estancar a
sangria e achar outros critérios
para o pagamento. Vamos pagar
de forma moralmente correta."
"Em sã consciência, os secretários não assumiriam", disse Araújo ao se referir à situação financeira da administração.
Araújo afirmou que está fazendo um levantamento sobre a situação do caixa da prefeitura para
levar hoje um relatório ao prefeito
interino, Regis de Oliveira.
Segundo o secretário, as obras
que não estão concluídas, por
exemplo, não serão prioritárias, a
não ser que já estejam praticamente prontas. De acordo com
Araújo, a prefeitura possui hoje
compromissos maiores do que a
disponibilidade de recursos.
Para tentar amenizar o problema, o secretário disse que pretende diminuir as despesas, com o
corte de obras que não são consideradas importantes para o município. Araújo descarta o corte
na folha de pagamento dos funcionários públicos da cidade.
Para Araújo, se não fosse a renegociação da dívida, concluída
neste ano, a cidade estaria sem
disponibilidade de recursos.
"A renegociação foi vantajosa,
sem dúvida nenhuma. Do jeito
que estava, era totalmente inadministrável", disse. A opinião do
secretário é contrária à da maioria
dos pré-candidatos à prefeitura.
Araújo disse que tomará providências para arranjar os 20% da
dívida do município com a União,
que precisam ser pagos em 30 meses a partir de junho. Segundo o
secretário, dessa forma os juros
são "mais interessantes para a
prefeitura".
Para isso, ele disse que estuda
acelerar o processo de privatização de empresas da prefeitura e
aquelas das quais o município detém parte. Ele citou como exemplo a Anhembi, o estádio do Pacaembu e o autódromo de Interlagos.
Disse também que fará um trabalho para aumentar a arrecadação e tentar diminuir a evasão dos
impostos municipais, por meio
de cobranças mais ágeis e modernização da fiscalização. Entretanto, lembrou que, em seis meses de
governo, não há muito tempo para mudanças que dependam da
aprovação da Câmara Municipal.
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