São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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SEM-TERRA
Vence hoje prazo para retirada de mil famílias
Pontal do Paranapanema pode ter hoje conflito e novas invasões

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA
EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O clima voltou a ficar tenso no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste de São Paulo, com expectativa de novas invasões de terra neste final de semana.
Vence hoje o prazo para retirada de cerca de mil famílias da fazenda São João, em Teodoro Sampaio (710 km a oeste de SP), onde está o maior acampamento de sem-terra no Estado.
O dirigente do MST José Rainha Júnior reafirmou ontem que "o pessoal não está disposto a ir para a beira da estrada". Algumas fazendas vizinhas já reforçaram o número de seguranças e cortaram folgas de funcionários.
Rainha disse que vai respeitar a decisão da Justiça e deixar a área, mas manteve suspense sobre o destino dos sem-terra. "Para onde a gente vai é problema nosso. Para beira da estrada é que não é."
Na semana seguinte à invasão da fazenda São João, há pouco mais de um mês, a então presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Tânia Tenório de Farias, disse que fazendeiros decidiram se defender por conta própria, inclusive com uso de força. A intenção foi reafirmada dois dias depois pelo seu sucessor no cargo, Almir Soriano. Com um discurso menos radical, Soriano disse esperar que "a lei seja cumprida, antes que seja tarde". Ele considerou a ameaça de nova invasões como "apologia ao crime".
A Polícia Militar dispensou a megaoperação que seria necessária para retirar os invasores da São João, em caso de resistência, por acreditar que os sem-terra vão sair pacificamente, conforme definido em acordo.


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