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Pavilhão montado vai custar R$ 10 milhões
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo vai gastar cerca de
R$ 10 milhões só para montar e
desmontar o pavilhão brasileiro
em Hannover. Somando os gastos com aluguel, administração
do pavilhão e decoração, a participação brasileira consumirá cerca
de R$ 16 milhões.
Portugal gastou o equivalente a
R$ 7,6 milhões -R$ 8,4 milhões a
menos do que o Brasil.
Há uma diferença radical entre
os dois projetos. Portugal fez uma
construção, voltada para uma rua
interna, com madeira, cortiça e
pedra. O pavilhão do Brasil fica
dentro de um galpão.
A Itália investiu quase o dobro
do total da verba brasileira (cerca
de R$ 31 milhões), mas também
fez uma construção.
Há outra diferença no caso italiano: o pavilhão de 5.000 m2 não
será jogado num depósito após a
Expo 2000. No final da exposição,
em 31 de outubro, será desmontado e transformado num museu
no sul do país.
Custo do projeto
Só o projeto cenográfico do pavilhão brasileiro custou R$
583.090,05. Não houve concurso
público. A diretora de teatro e cenógrafa Bia Lessa foi escolhida
por "notória especialização".
Ela não receberá o dinheiro do
ministério, mas da Funpar (Fundação Universidade do Paraná).
O Ministério Público Federal diz
que o convênio com a Funpar,
uma entidade privada, é ilegal e
pretende mover uma ação contra
ele. Deveria haver um contrato,
precedido de licitação.
O projeto do pavilhão português, de 1.375 m2, custou cerca de
R$ 840 mil. Foi feito pelo arquiteto Álvaro Siza, um dos mais renomados do mundo, vencedor em
1992 do prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura. Siza
dividiu o projeto com o arquiteto
Eduardo Souto Moura.
Na última exposição universal,
em Sevilha, houve concurso público para a escolha do projeto do
pavilhão brasileiro. Foi em 1992,
durante o governo do então presidente Fernando Collor, que acabou afastado por falta de decoro
no exercício do cargo.
Um grupo de arquitetos paulistas, coordenados por Ângelo Bucci, venceu o concurso para Sevilha. Receberam US$ 110 mil -R$
202 mil hoje. Bia Lessa ganhou
quase três vezes mais.
É praticamente impossível
comparar projetos, mas a cenografia da Mostra do Redescobrimento, que cobre uma área de 60
mil m2, custou R$ 400 mil. Cada
um dos oito cenógrafos, entre os
quais a própria Bia Lessa, recebeu
R$ 50 mil. O pavilhão brasileiro
em Hannover ocupa uma área
quase 20 vezes menor do que a
Mostra do Redescobrimento
-3.022 m2.
Ainda com a ressalva de que
projetos são incomparáveis, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha,
um dos mais conhecidos do Brasil, recebeu cerca de R$ 400 mil
para projetar a reforma da Pinacoteca do Estado, em São Paulo.
O prédio da Pinacoteca, projetado em 1897 pelo arquiteto Ramos
de Azevedo, tem 8.000 m2.
Colaborou Alcino Leite Neto, enviado
especial a Hannover
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