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Aos 15 anos, menor perde direito
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BOQUIM E PEDRINHAS
Dois anos após implantar o Peti,
o governo se depara com um problema grave: o que fazer com os
adolescentes que completam 15
anos e devem deixar o programa.
"O meu caminho é trabalhar na
laranja. Sei que não vou aprender
mais nada. Mas não posso deixar
de ajudar minha mãe", afirmou
José Santana Santos, que no próximo dia 15 de julho completa 15
anos e vai perder a bolsa-escola.
José Santos é considerado o
"menino símbolo" do Peti do setor citrícola sergipano.
Em junho de 1998, ele e o presidente do sindicato local entregaram ao presidente Fernando
Henrique Cardoso as reivindicações que acabaram atendidas em
forma da bolsa-escola.
FHC foi ao sul de Sergipe em
meio à pressão internacional pela
suspensão da importação do suco
de laranja brasileiro devido ao uso
de trabalho infantil.
Santana conta que chegou a sonhar que nunca mais pisaria em
lavouras de laranja e que estudaria até ""virar doutor". Agora está
na 3� série. "Estão me acordando
no melhor momento do sonho",
disse.
"Dá dor no coração pedir para
ele voltar ao trabalho, mas não
pago a água, luz e o mercado há
três meses. Só tenho comido com
a ajuda dos amigos", diz a mãe do
garoto, Maria Rita Fontes, 50.
A secretária Wanda Engel afirma que o Peti atende as crianças
que têm entre 7 e 14 anos porque
elas estão na "faixa de obrigatoriedade escolar" definida na legislação.
(AC)
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