São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aos 15 anos, menor perde direito

DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BOQUIM E PEDRINHAS

Dois anos após implantar o Peti, o governo se depara com um problema grave: o que fazer com os adolescentes que completam 15 anos e devem deixar o programa.
"O meu caminho é trabalhar na laranja. Sei que não vou aprender mais nada. Mas não posso deixar de ajudar minha mãe", afirmou José Santana Santos, que no próximo dia 15 de julho completa 15 anos e vai perder a bolsa-escola.
José Santos é considerado o "menino símbolo" do Peti do setor citrícola sergipano.
Em junho de 1998, ele e o presidente do sindicato local entregaram ao presidente Fernando Henrique Cardoso as reivindicações que acabaram atendidas em forma da bolsa-escola.
FHC foi ao sul de Sergipe em meio à pressão internacional pela suspensão da importação do suco de laranja brasileiro devido ao uso de trabalho infantil.
Santana conta que chegou a sonhar que nunca mais pisaria em lavouras de laranja e que estudaria até ""virar doutor". Agora está na 3� série. "Estão me acordando no melhor momento do sonho", disse.
"Dá dor no coração pedir para ele voltar ao trabalho, mas não pago a água, luz e o mercado há três meses. Só tenho comido com a ajuda dos amigos", diz a mãe do garoto, Maria Rita Fontes, 50.
A secretária Wanda Engel afirma que o Peti atende as crianças que têm entre 7 e 14 anos porque elas estão na "faixa de obrigatoriedade escolar" definida na legislação. (AC)


Texto Anterior: "Frequentei a escola por 15 dias"
Próximo Texto: Para secretária, falta prestação de contas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.