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PITTAGATE
Regis convida Almino Affonso para Assuntos Políticos e David Feffer para Educação; David Uip recusa Saúde
Nova equipe terá "políticos e técnicos"
KENNEDY ALENCAR
PATRÍCIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito interino de São Paulo,
Regis de Oliveira (PMN), disse
ontem que seu secretariado "terá
políticos e terá técnicos". Por telefone, afirmou à Folha que acha
"importante ter pessoas de outros
partidos na equipe". Regis planeja
também convidar empresários.
Ontem, estavam convidados o
empresário David Feffer, do grupo Suzano, para a Secretaria da
Educação, e o ex-deputado Almino Affonso (PSB), para a Secretaria Extraordinária de Assuntos
Políticos. A Folha apurou que
Feffer e Almino tendiam a aceitar.
O médico David Uip recusou a
pasta da Saúde. Uip, que falou
com o governador Mário Covas
(PSDB-SP), alegou falta de tempo
para realizar um trabalho.
Na Secretaria de Negócios Jurídicos, o nome mais cotado era o
de Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini, ex-presidente do Tribunal Regional Federal.
Para a Secretaria de Obras e
Vias Públicas, havia três opções, a
principal delas Fernando Fantauzzi, consultor político que ajuda Regis a elaborar a estratégia de
sua gestão. No caso de Fantauzzi,
havia chance de ele ficar como
conselheiro informal e não integrar o governo.
Os secretários já confirmados
são: Tiago de Paula Araújo (Finanças), Moacir Tutui (Governo)
e José Roberto Rocha (Comunicação Social). O corregedor-geral
será Luiz Carlos Galvão de Barros.
A intenção de Regis é fechar todo o secretariado até amanhã de
manhã. Apesar de buscar opções
nos partidos, ele disse: "Não haverá imposição partidária, a escolha
dos nomes será minha".
Mudança
Anteontem, Regis havia dito
que formaria um "gabinete técnico", composto pelos amigos que
fizeram com ele carreira no Judiciário. A leve mudança de discurso, buscando nomes nos partidos,
deve-se à avaliação de que precisa
de um guarda-chuva político para
se consolidar no cargo.
O prefeito interino estuda convidar pessoas "de qualquer partido", mas especialmente das siglas
que têm representação na Câmara. Exemplos: PMDB e PFL.
Ontem, Regis chegou à prefeitura às 10h. Fez contatos políticos e
recebeu vereadores e líderes comunitários. Analisou ainda um
relatório sobre a situação financeira da cidade.
"O secretário das Finanças me
passou um relato não muito simpático. Está preocupado com o
problema de dinheiro", disse. O
prefeito interino pediu um levantamento das dotações orçamentárias que ainda podem ser remanejadas por ele.
A idéia é aplicar o dinheiro em
áreas sociais e em pequenas obras
que possam ser vistas em sete meses, período que Regis pode permanecer no posto se o prefeito
afastado Celso Pitta não obtiver
uma vitória judicial que lhe permita recuperar o cargo.
Nesse sentido, afirmou que paralisaria todas as grandes obras e
que daria continuidade apenas
"àquelas essenciais e que estejam
perto de ser concluídas".
Regis pretende se encontrar
com o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir a possibilidade de um aporte de recursos federais para São Paulo, além,
é claro, de posar para a foto.
Ainda cauteloso em relação à
sua situação jurídica, Regis entende que precisa criar fatos políticos
que consolidem sua imagem de
administrador diferente de Pitta.
Daí os pedidos de audiência a
FHC e ao governador de São Paulo, Mário Covas.
O encontro com Covas está previsto para amanhã às 10h. A Folha
apurou que Regis deve "sondar" o
governador. A depender da recepção que tiver, vai apenas ter
um encontro protocolar. Se houver espaço, porém, auxiliares dizem que ele pode propor ações
conjuntas de segurança pública.
Nessa área, poderia ser feita parceria entre a Guarda Civil Metropolitana, do município, e a Polícia
Militar, sob comando de Covas.
Regis afirmou que irá à Câmara
para escolher o líder do governo:
"Vou fazer uma visita aos vereadores, ouvir todos os partidos e
escolher em sintonia com eles".
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