São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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PITTAGATE
Regis convida Almino Affonso para Assuntos Políticos e David Feffer para Educação; David Uip recusa Saúde
Nova equipe terá "políticos e técnicos"

KENNEDY ALENCAR
PATRÍCIA ZORZAN

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira (PMN), disse ontem que seu secretariado "terá políticos e terá técnicos". Por telefone, afirmou à Folha que acha "importante ter pessoas de outros partidos na equipe". Regis planeja também convidar empresários.
Ontem, estavam convidados o empresário David Feffer, do grupo Suzano, para a Secretaria da Educação, e o ex-deputado Almino Affonso (PSB), para a Secretaria Extraordinária de Assuntos Políticos. A Folha apurou que Feffer e Almino tendiam a aceitar.
O médico David Uip recusou a pasta da Saúde. Uip, que falou com o governador Mário Covas (PSDB-SP), alegou falta de tempo para realizar um trabalho.
Na Secretaria de Negócios Jurídicos, o nome mais cotado era o de Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini, ex-presidente do Tribunal Regional Federal.
Para a Secretaria de Obras e Vias Públicas, havia três opções, a principal delas Fernando Fantauzzi, consultor político que ajuda Regis a elaborar a estratégia de sua gestão. No caso de Fantauzzi, havia chance de ele ficar como conselheiro informal e não integrar o governo.
Os secretários já confirmados são: Tiago de Paula Araújo (Finanças), Moacir Tutui (Governo) e José Roberto Rocha (Comunicação Social). O corregedor-geral será Luiz Carlos Galvão de Barros.
A intenção de Regis é fechar todo o secretariado até amanhã de manhã. Apesar de buscar opções nos partidos, ele disse: "Não haverá imposição partidária, a escolha dos nomes será minha".

Mudança
Anteontem, Regis havia dito que formaria um "gabinete técnico", composto pelos amigos que fizeram com ele carreira no Judiciário. A leve mudança de discurso, buscando nomes nos partidos, deve-se à avaliação de que precisa de um guarda-chuva político para se consolidar no cargo.
O prefeito interino estuda convidar pessoas "de qualquer partido", mas especialmente das siglas que têm representação na Câmara. Exemplos: PMDB e PFL.
Ontem, Regis chegou à prefeitura às 10h. Fez contatos políticos e recebeu vereadores e líderes comunitários. Analisou ainda um relatório sobre a situação financeira da cidade.
"O secretário das Finanças me passou um relato não muito simpático. Está preocupado com o problema de dinheiro", disse. O prefeito interino pediu um levantamento das dotações orçamentárias que ainda podem ser remanejadas por ele.
A idéia é aplicar o dinheiro em áreas sociais e em pequenas obras que possam ser vistas em sete meses, período que Regis pode permanecer no posto se o prefeito afastado Celso Pitta não obtiver uma vitória judicial que lhe permita recuperar o cargo.
Nesse sentido, afirmou que paralisaria todas as grandes obras e que daria continuidade apenas "àquelas essenciais e que estejam perto de ser concluídas".
Regis pretende se encontrar com o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir a possibilidade de um aporte de recursos federais para São Paulo, além, é claro, de posar para a foto.
Ainda cauteloso em relação à sua situação jurídica, Regis entende que precisa criar fatos políticos que consolidem sua imagem de administrador diferente de Pitta. Daí os pedidos de audiência a FHC e ao governador de São Paulo, Mário Covas.
O encontro com Covas está previsto para amanhã às 10h. A Folha apurou que Regis deve "sondar" o governador. A depender da recepção que tiver, vai apenas ter um encontro protocolar. Se houver espaço, porém, auxiliares dizem que ele pode propor ações conjuntas de segurança pública.
Nessa área, poderia ser feita parceria entre a Guarda Civil Metropolitana, do município, e a Polícia Militar, sob comando de Covas.
Regis afirmou que irá à Câmara para escolher o líder do governo: "Vou fazer uma visita aos vereadores, ouvir todos os partidos e escolher em sintonia com eles".


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