São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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PITTAGATE
Segundo o Datafolha, 82% não sabem dizer o nome do prefeito interino Regis de Oliveira, que assumiu na sexta
77% acham justo o afastamento de Pitta

Flávio Florido - 26.mai.2000/Folha Imagem
O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira, do PMN


DA REDAÇÃO

A maioria dos eleitores paulistanos considerou justo o afastamento de Celso Pitta (PTN) pela Justiça, mas não sabe dizer o nome de quem assumiu a Prefeitura de São Paulo, indica pesquisa Datafolha concluída na sexta-feira.
O prefeito interino de São Paulo é Regis de Oliveira (PMN), que era o vice na chapa eleita em 1996, mas está rompido com Pitta desde o início de 1997.
Segundo o levantamento, 77% dos entrevistados apoiaram a decisão de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, que decidiram pelo afastamento imediato de Pitta na tarde de quinta.
A decisão do TJ-SP foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça à noite, após a defesa de Pitta ter apresentado um recurso àquela Corte. Dos 835 entrevistados, 14% consideraram o afastamento injusto. A margem de erro é de três pontos percentuais.
O prefeito afastado é acusado de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito em ação movida pelo Ministério Público Estadual. A Justiça entendeu que, se Pitta ficasse no cargo, ele poderia prejudicar as investigações.
Regis de Oliveira assumiu a prefeitura na manhã de sexta-feira. Embora tenha ocupado a Secretaria Municipal da Educação no início da administração Pitta e articulado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre os gastos da prefeitura na área, o prefeito interino não é conhecido pelo eleitorado paulistano.
Segundo a pesquisa Datafolha, apenas 15% mencionaram seu nome corretamente. Do total, 82% não sabiam dizê-lo. Além disso, 4% dos entrevistados citaram nomes de outras pessoas.
No final de março passado, quando Pitta foi afastado pela primeira vez pela Justiça -conseguiu retornar após um recurso-, Regis deu várias entrevistas e participou de programas de TV para tentar se tornar mais conhecido.
Para 20% dos paulistanos, Regis terá um desempenho ótimo ou bom, enquanto 28% esperam uma atuação regular, e 16% acham que será ruim ou péssimo. Mais de um terço (36%) não soube responder à questão.
Quase metade dos entrevistados (47%) esperam de Regis uma administração melhor do que a de Pitta. Segundo a pesquisa de intenção de voto concluída também anteontem, o desempenho de Pitta era considerado ruim ou péssimo por 76% dos entrevistados.
Entre os que acham que Regis terá um desempenho igual ou pior do que o de Pitta, 45% afirmam que isso acontecerá por causa do pouco tempo -no máximo, ele poderá ficar cerca de sete meses à frente do Executivo.
Já 28% consideram que a causa seria a falta de experiência administrativa de Regis (ex-desembargador, ele foi deputado federal antes de ser eleito vice).
Para 16%, faltará apoio político -na sexta-feira, Regis começou a articular a formação de uma base aliada na Câmara Municipal.

Sucessão
O ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), que lançou o nome de Pitta nas eleições de 1996, é considerado o pré-candidato mais prejudicado pelo afastamento, segundo 49% dos entrevistados. Para 8%, a candidatura mais prejudicada é a do próprio Pitta, que poderia tentar a reeleição em outubro.
De acordo com 20%, Marta Suplicy (PT), líder nas intenções de voto, é a mais beneficiada pelo afastamento de Pitta, enquanto 19% avaliam que o candidato mais beneficiado pelo afastamento será o próprio Paulo Maluf (PPB). Outros 10% acham que a candidata Luiza Erundina (PSB) será a mais beneficiada.


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