São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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PAINEL

Recuo à vista
O Planalto acenou ao PMDB que pode negociar os cortes do Orçamento, que atingiram principalmente os ministérios controlados pela sigla, como o dos Transportes. A tesoura do Ministério do Planejamento feriu de morte os projetos que os peemedebistas queriam usar para fazer bonito em outubro.

Governo paralelo
FHC tem aproveitado os fins-de-semana em Brasília para rever amigos e antigos auxiliares. Pelo menos três ex-ministros estiveram recentemente no Alvorada. O último deles foi Clóvis Carvalho, o ex-poderoso da Casa Civil e do Desenvolvimento.

Soro antiofídico
Os encontros de FHC com ex-auxiliares têm sido sistemáticos. Justificativa: o presidente precisa ouvir opiniões de gente de fora do governo. Mas, massageando egos, também evita a chamada "síndrome do ex", o colaborador que sai ressentido e não pára de falar mal do chefe.

Brasil profundo
Quércia está imbuído de uma missão pessoal. Quer convencer o jornalista Fernando Morais, que mora em Paris, a deixar de lado a biografia que prepara sobre a vida de ACM para ser o vice na chapa de Tuma. Não vai ser fácil convencer o biógrafo de "Chatô" a trocar a vida do coronel pela sombra do xerife.

Pista vazia
Prioridade do governo Mário Covas, as obras do Rodoanel estão atrasadas. Metade do cronograma previsto para o primeiro trecho foi atingido, mas apenas 11% do projeto foi concluído.

Jogo bruto
Circula no Congresso uma fita de vídeo intitulada "Geddel vai às compras". É apócrifa. Mostra as fazendas e um avião que o deputado baiano teria comprado. Ao saber da fita, o líder do PMDB comentou: "Agora sei o que faziam os helicópteros do governo da Bahia que sobrevoaram as fazendas".

Para lembrar...
O projeto que revoga a Lei de Segurança Nacional apresentado no Senado por José Eduardo Dutra (PT-SE) tem um condimento extra: voto em separado proferido por FHC em 1983, quando a atual legislação foi aprovada, pedindo a revogação pura e simples, e não apenas uma reformulação, da LSN.

...o que ele escreveu
Diz o voto em separado assinado por FHC e outros quatro parlamentares em 83: "A existência de uma LSN apresenta-se como uma exceção, embasada em motivações políticas e seriamente comprometida pela inspiração da Doutrina de Segurança Nacional".

Indigestão eleitoral
O PSDB não se conforma com as referências feitas a Geraldo Alckmin por FHC em jantares com o PMDB e o PFL. Passariam a impressão, que deve ser real, de que o presidente não acredita na candidatura: "Ele deveria fazer uma moratória desses jantares por uns seis meses", diz um tucano contrariado.

Fiat lux
Mudou de nome pela terceira vez o programa para a iluminação das periferias das grandes cidades. Depois de "Luz na Favela" e "Cidade Luz", chama-se agora "Reluz". Prevê investimento de R$ 1 bilhão e será lançado no contexto do Plano Nacional de Segurança. Dizem alguns que para compensar a falta de luz em relação ao problema.

Opções diferentes
Candidato a prefeito de Recife (PE), Carlos Wilson (PSB) pediu licença de seis meses do Senado. "É mais ético. E preciso de tempo integral para combater o uso da máquina pelo prefeito Roberto Magalhães (PFL)". Outro senador-candidato, Romeu Tuma (PFL-SP) não pensa em se licenciar. Por enquanto.

TIROTEIO

Do governador Itamar Franco (MG), sobre o destino da reforma tributária na gestão FHC:
- O Plano Real foi lançado em julho de 94 e, em 95, nós deveríamos ter a reforma tributária e fiscal. Mas FHC só se preocupou em se reeleger. Deixou a reforma tributária, os interesses nacionais, curvou-se ao FMI, entregou ao capital internacional a nossa produção, as nossas empresas, só pensando em seu futuro político. O resultado é esse desastre nacional que aí está.

CONTRAPONTO

Quanta miséria

Durante a votação do fundo da pobreza, quarta-feira passada, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) fez uma espécie de profissão de fé no Brasil.
Citou como exemplo o seu próprio caso, mulher, pobre, que nunca sonhou que um dia poderia chegar ao Senado.
Luiz Otávio (PPB-PA), empresário, cujo processo de cassação na Comissão de Ética é analisado por Heloísa Helena, pediu um aparte.
Disse que, a exemplo da senadora, era também de origem muito pobre. Marina Silva (PT-AC), que ouvia tudo atentamente, não se conteve:
- Vamos parar com isso. É tanta pobreza aqui dentro que não vai sobrar nada para os pobres lá de fora.
E arrematou, provocando gargalhadas:
- Daqui a pouco vão dizer que estamos advogando em causa própria!



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