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Para Itamar, ato deve gerar "lição"
da Agência Folha, em Belo Horizonte, e
da Sucursal do Rio
O governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (PMDB), disse
que espera que o governo Fernando Henrique Cardoso tire
""alguma lição" do protesto e mude os rumos da economia do país.
""A partir dessa marcha, eu não
diria "Marcha dos 100 Mil", o governo possa atentar que hoje está
indo contra os interesses, que ele
está desnacionalizando o país, levando a uma política recessiva."
Itamar afirmou que FHC ""não
quer ouvir a opinião pública" e isso o preocupa pelo fato de ser um
""governo reeleito pela primeira
vez, quebrando uma tradição cultural e constitucional do país",
ainda no começo.
Itamar disse que não estava se
importando com o número de
pessoas que estavam em Brasília.
"O importante é que esse governo, que não quer ouvir a opinião
pública e não tem interesse em
modificar os seus rumos, possa
tirar alguma lição, mesmo que
nós tivéssemos duas ou três pessoas. É importante que, democraticamente, se faça isso".
O governador mineiro, em resposta à declaração do presidente
Fernando Henrique Cardoso sobre a falta de rumo da oposição,
disse que quem não tem rumo é o
governo: ""Evidentemente, a oposição brasileira não ganhou a eleição nesse país. Cabia ao governo
modificar o que aí está".
Itamar disse que não defende o
impeachment de FHC, como prega parte da oposição, mas defendeu a instalação de uma CPI para
apurar a privatização das empresas do grupo Telebrás.
""Não estamos nessa linha "fora
fulano de tal", "impeachment do
fulano de tal". Gostaríamos, sim,
que realmente o Congresso fizesse a CPI da Telebrás, porque ali
houve uma promiscuidade entre
o governo e os agentes que processaram essa privatização."
Ele disse ainda que compete ao
Congresso avaliar e julgar os atos
do governo, mas afirmou que a
população também poderá se
manifestar nas urnas.
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), outro que não
compareceu à manifestação, disse que fez uma "vaquinha pessoal" para recolher dinheiro para
o aluguel de ônibus que levaram
manifestantes do Rio.
Garotinho afirmou que a coleta
foi suficiente para alugar dez ônibus. Segundo a Folha apurou
com fonte do PDT, a "vaquinha"
do governador abrangeu todo o
pessoal do primeiro escalão do
governo e resultou em R$ 18 mil.
A vice-governadora Benedita
da Silva afirmou que deu uma
"colaboração individual". Ela disse ter ajudado pessoas "que não
tinham condições" de ir à marcha. Segundo ela, a contribuição
não foi "em nome do governo".
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