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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ DATAFOLHA
Popularidade de Lula tem curva descendente, mas cai distância a favor de tucano em 2� turno
Governo mantém queda, mas disputa contra Serra se acirra
DA REPORTAGEM LOCAL
A popularidade e o prestígio
pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva mantêm tendência de queda e
o projeto de reeleição do presidente continua ameaçado pelo tucano José Serra, atual prefeito de
São Paulo. A vantagem de Serra
sobre Lula em um eventual segundo turno, porém, diminuiu.
Pesquisa Datafolha realizada na
quinta e sexta-feira passadas revela que a taxa dos que consideram
o governo Lula ótimo ou bom é
hoje idêntica à dos que acham que
ele vem sendo ruim ou péssimo:
28% em ambos os casos.
Em relação ao levantamento anterior do Datafolha (de 10 de agosto), a taxa dos que aprovam o presidente, que era de 31%, caiu três
pontos percentuais.
Sobre o prestígio pessoal do
presidente, hoje 40% dos brasileiros acham que Lula está tendo um
desempenho ótimo ou bom, taxa
onze pontos menor do que a verificada em julho (51%), quando essa pergunta foi feita pelo Datafolha pela última vez.
Apesar da piora na avaliação do
governo e no desempenho do
presidente, diminuiu a distância
entre Serra e Lula em um eventual
embate no segundo turno na eleição presidencial de 2006.
A simulação mostra um empate
técnico entre os dois, mas como
isso ocorre no limite da margem
de erro do levantamento, de dois
pontos percentuais, para mais ou
para menos, a situação é considerada estatisticamente improvável
-ou seja, é mais provável que
Serra permaneça à frente.
Hoje, 45% dos brasileiros votariam no tucano no segundo turno; e 41% optariam por Lula. Em
agosto, o prefeito paulistano superava o presidente por nove
pontos percentuais (48% a 39%).
Em julho também ocorria um
empate (Lula com 45% e Serra
com 41%), mas com maior probabilidade de Lula estar à frente.
Ao mesmo tempo, a rejeição ao
presidente Lula aumentou cinco
pontos percentuais em relação a
pesquisa realizada pelo Datafolha
em julho. Passou de 25% para
30% a taxa dos que não votariam
nele de jeito nenhum.
Já a rejeição ao tucano José Serra passou de 12% para 15%.
No levantamento realizado
quinta e anteontem, o governador
tucano de São Paulo, Geraldo
Alckmin, diminuiu em dois pontos a diferença contra Lula em um
eventual segundo turno.
A taxa de intenção de votos no
governador paulista oscilou de
35% para 37%. Lula manteve o
mesmo percentual do levantamento de agosto (45%). Alckmin
é o candidato que aparece com
menor índice de rejeição no Datafolha; apenas 11% dizem que não
votariam nele de forma alguma.
Já a simulação de um segundo
turno contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostrou um aumento da distância entre o petista e o tucano. Passou de
45% a 36%, respectivamente, em
agosto, para 48% a 33% agora.
No primeiro turno, Lula permanece com cerca do dobro das intenções de voto na comparação
com Alckmin e FHC. Já Serra encosta no petista, com 27% a 30%.
Pobres e ricos
A pesquisa revela que a popularidade do presidente da República continua sendo sustentada pelos extratos mais pobres e menos
escolarizados do país.
Em relação à avaliação do presidente, o Nordeste continua sendo
a região na qual Lula tem as melhores taxas. Entre os nordestinos, 37% aprovam o governo, nível idêntico ao registrado em
agosto, e 22% o reprovam.
As maiores taxas de reprovação
ocorrem no Sul, onde houve um
aumento de 31% para 36%.
Entre os brasileiros com nível de
escolaridade superior, a reprovação a Lula deu um salto de 16 pontos percentuais, passando de 24%
em agosto para 40% hoje. Entre os
mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários mínimos, a taxa de reprovação passou de 31%
para 42%.
(FERNANDO CANZIAN)
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