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RIO
Governador elege tema para tentar viabilizar candidatura em 2002
Garotinho lança na terça
programa para segurança
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), lança na próxima semana o seu programa consolidado para a área de segurança,
o carro-chefe do projeto de viabilizar a sua candidatura à Presidência da República em 2002.
O lançamento será feito nesta
terça, na abertura do seminário
internacional "Rio Segurança
Máxima", promovido pelo governo do Estado, com participações
de representantes de cidades que
tiveram sucesso no combate à
violência, como as norte-americanas Nova York e San Diego.
No evento, será apresentado o
escudo do que está sendo chamado no Palácio Guanabara (sede do
governo estadual) de "a nova polícia do Rio". Caso fique pronto a
tempo, será apresentado o novo
uniforme completo.
Essa nova polícia emergiria do
projeto de criação do Instituto
Rio Segurança, ainda não aprovado pela Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro).
O instituto, unindo as polícias
Civil e Militar, existiria paralelamente às duas corporações e só
absorveria a chamada banda boa
das polícias, por meio de um processo de triagem nos quadros policiais. Caso o projeto não passe
na Alerj, Garotinho terá que encontrar outra fórmula.
A idéia de chamar o instituto de
"nova polícia" é inspirada na inglesa Scotland Yard. Quando fez a
sua reforma, a Scotland Yard
acrescentou temporariamente ao
seu nome o adjetivo "new" (nova), para enfatizar a mudança.
Garotinho não deverá mostrar
muitas novidades em relação ao
que já vem sendo feito na área de
segurança, salvo surpresas de última hora, uma característica do
seu modo de governar.
O que ele pretende é dar o máximo possível de visibilidade para
suas ações na área, como a criação
das chamadas Delegacias Legais
-duas deverão ser inauguradas
na próxima semana-, unidades
reformadas, totalmente informatizadas e sem carceragem anexa.
Outro item a ser destacado é a
recente criação de uma gratificação por eficiência para a polícia.
Garotinho está convencido de
que a grande obra com a qual ele
poderá marcar seu governo será a
redução significativa dos índices
de violência. Com isso, ele espera
conquistar a classe média, não só
do seu Estado como do país.
Ele já tem em mãos resultados
de pesquisas qualitativas (feitas
em grupos sociais selecionados)
que mostram satisfação do eleitorado da zona sul da cidade do Rio
-principal formadora de opinião no Estado- com suas ações
na área de segurança.
Além disso, líderes de bases já
consolidadas pelo governador,
como a evangélica, consideram
que, sem resolver o problema da
segurança no Rio, ele não terá nenhuma chance em 2002.
Ataque
Na última sexta, Garotinho criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso, sem citar seu nome, durante cerimônia em que
prometeu melhorar os salários
dos defensores públicos do Rio.
Para enfatizar que não ficaria
apenas nas palavras em relação a
suas promessas, Garotinho disse:
"Não quero fazer como certas
pessoas que disseram no passado:
esqueçam tudo o que falei". A referência foi feita de modo incorreto, porque FHC pediu que esquecessem o que ele escreveu.
Depois, indagado se a menção
era o início de uma nova era no
relacionamento com seu "aliado"
-referência à relação amistosa
que tem com FHC-, Garotinho
negou que tivesse a intenção de
criticar o presidente.
Segundo ele, a frase foi apenas
uma referência. "Eu fiz uma crítica no sentido de que os homens
públicos não devem pedir para
rasgar o que escreveram ou disseram, mais nada", disse.
Ao mesmo tempo, o governador fez questão de deixar claro
que não é aliado do governo federal: "Vocês nunca ouviram de
mim apoio à política econômica
de Fernando Henrique", disse.
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