São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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PT decide hoje punição de Virgílio

DA REPORTAGEM LOCAL

Não há punição sem delito. Essa será a tônica adotada pelo deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) durante sua defesa na reunião do Diretório Nacional do partido, que acontece hoje.
O diretório irá julgar um pedido de suspensão partidária do parlamentar por um ano. Em março, a Executiva Nacional do PT sugeriu a punição por entender que o deputado feriu a unidade de ação do partido ao lançar uma candidatura independente à presidência da Câmara, contrariando a decisão da bancada, que optara por Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
Com a divisão, o partido perdeu a eleição para Severino Cavalcanti (PP-PE), o que é lastimado até hoje por setores do partido, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou a derrota como um erro do PT.
"Eu gostaria de ver qual é a acusação", disse Virgílio ontem em São Paulo, depois de participar de um debate na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) sobre reforma tributária. Ele argumentou que a candidatura avulsa "é uma criação do PT". O deputado está convencido de que "não há punição sem delito". E questiona: "Que delito eu cometi? Ser candidato avulso?".
Ele defendeu que o PT tome uma posição sobre candidaturas avulsas. "Se achar que não deve ter, o partido tem de dizer que é contra." Para o deputado, "o partido tem de ser fiel a si mesmo, ao seu regimento, a suas normas disciplinares e a suas regras".
Virgílio argumentou que o regimento do PT não fala nada sobre candidaturas avulsas, o que, em sua tese, o pouparia de ter cometido alguma infração. "O partido tem defeitos, mas eu não quero briga com o PT."
"O PT tem uma responsabilidade enorme com o país e esse tem de ser o foco de nossa atuação", afirmou. "Será que vamos ficar meses discutindo se o Silvinho [Silvio Pereira, secretário-geral do PT] falou mal de mim? O que o país tem a ganhar com isso?"
Ontem, o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio lançou sua candidatura à presidência do PT. Plínio é apoiado por três tendências de esquerda, mais parlamentares e dirigentes do partido. O registro das candidaturas ao PED (Processo de Eleições Diretas) acontece hoje. Amanhã serão anunciadas as chapas que concorrerão em setembro.

Alianças
Plínio criticou as alianças feitas pelo governo federal em nome da governabilidade, defendeu que o partido mantenha um relacionamento contraditório com o governo, "para ser sua antena na sociedade", e atacou o que considera "excesso de prudência" por parte do governo federal na política econômica. (CHICO DE GOIS)


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