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PT decide hoje punição de Virgílio
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há punição sem delito. Essa
será a tônica adotada pelo deputado federal Virgílio Guimarães
(PT-MG) durante sua defesa na
reunião do Diretório Nacional do
partido, que acontece hoje.
O diretório irá julgar um pedido
de suspensão partidária do parlamentar por um ano. Em março, a
Executiva Nacional do PT sugeriu
a punição por entender que o deputado feriu a unidade de ação do
partido ao lançar uma candidatura independente à presidência da
Câmara, contrariando a decisão
da bancada, que optara por Luiz
Eduardo Greenhalgh (SP).
Com a divisão, o partido perdeu
a eleição para Severino Cavalcanti
(PP-PE), o que é lastimado até hoje por setores do partido, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que classificou a derrota
como um erro do PT.
"Eu gostaria de ver qual é a acusação", disse Virgílio ontem em
São Paulo, depois de participar de
um debate na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) sobre reforma tributária. Ele argumentou que a candidatura avulsa "é uma criação do
PT". O deputado está convencido
de que "não há punição sem delito". E questiona: "Que delito eu
cometi? Ser candidato avulso?".
Ele defendeu que o PT tome
uma posição sobre candidaturas
avulsas. "Se achar que não deve
ter, o partido tem de dizer que é
contra." Para o deputado, "o partido tem de ser fiel a si mesmo, ao
seu regimento, a suas normas disciplinares e a suas regras".
Virgílio argumentou que o regimento do PT não fala nada sobre
candidaturas avulsas, o que, em
sua tese, o pouparia de ter cometido alguma infração. "O partido
tem defeitos, mas eu não quero
briga com o PT."
"O PT tem uma responsabilidade enorme com o país e esse tem
de ser o foco de nossa atuação",
afirmou. "Será que vamos ficar
meses discutindo se o Silvinho
[Silvio Pereira, secretário-geral do
PT] falou mal de mim? O que o
país tem a ganhar com isso?"
Ontem, o ex-deputado federal
Plínio de Arruda Sampaio lançou
sua candidatura à presidência do
PT. Plínio é apoiado por três tendências de esquerda, mais parlamentares e dirigentes do partido.
O registro das candidaturas ao
PED (Processo de Eleições Diretas) acontece hoje. Amanhã serão
anunciadas as chapas que concorrerão em setembro.
Alianças
Plínio criticou as alianças feitas
pelo governo federal em nome da
governabilidade, defendeu que o
partido mantenha um relacionamento contraditório com o governo, "para ser sua antena na sociedade", e atacou o que considera "excesso de prudência" por
parte do governo federal na política econômica.
(CHICO DE GOIS)
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