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RUMO A 2006
Em encontro do PMDB, ex-governador defende sua candidatura à Presidência como a única capaz de derrotar Lula
Garotinho se diz vítima de PT, Globo e bancos
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPOS DO JORDÃO
O primeiro Seminário de Prefeitos e Vice-Prefeitos do PMDB
paulista, realizado ontem em
Campos do Jordão (167 km a nordeste de São Paulo), acabou se
transformando em palanque para
o ex-governador do Rio Anthony
Garotinho, um dos pré-candidatos do partido à Presidência da
República nas eleições de 2006.
Em discurso de cerca de uma
hora durante o evento, Garotinho
anunciou novamente sua candidatura ao Palácio do Planalto, fez
uma série de ataques ao governo
federal e acusou o PT de formar
uma aliança com a Rede Globo e
os banqueiros com o objetivo de
tirá-lo da disputa presidencial.
"Eu não tenho a menor dúvida
de que os bancos, a Globo e o PT
estão preocupadíssimos com a
possibilidade de eu ser candidato
[a presidente]. Porque, como diz
aquele comercial da Globo, a Globo, os bancos e o PT têm tudo a
ver", disse ele, fazendo um trocadilho com a vinheta da emissora
que diz "Globo e você, tudo a ver".
A Central Globo de Comunicação divulgou uma nota curta sobre as acusações de Garotinho. A
Central Globo de Comunicação
informou que é ""obrigação da TV
Globo como de qualquer outro
veículo de comunicação noticiar
o que é de interesse público"
Procurados pela reportagem, o
presidente nacional do PT, José
Genoino, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) não quiseram comentar as declarações.
Além de Garotinho, participaram do seminário o presidente do
PMDB, deputado federal Michel
Temer, o governador do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto,
e o presidente do PMDB em São
Paulo, Orestes Quércia, que teve o
nome lançado para a disputa do
governo do Estado. Dos 154 prefeitos e vice-prefeitos convidados,
apenas 28 compareceram.
Garotinho voltou a acusar o PT
e o Palácio do Planalto, seus "inimigos políticos", de estarem por
trás da decisão proferida há uma
semana pela Justiça Eleitoral do
Rio que tornou ele e a mulher -a
governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB)- inelegíveis até
2007 sob a acusação de crime eleitoral durante a campanha para a
prefeitura de Campos (RJ), base
eleitoral do casal.
"Eu seria o único candidato em
condições de vencer o Lula. Eu
acho que deve ser preocupação
do PT [a decisão da Justiça Eleitoral], né? Eu acho que, neste momento, eu incomodo a três setores que se consideram os donos
do Brasil: os bancos, as Organizações Globo e o PT."
O ex-governador disse que "não
há nenhum risco, nenhum perigo" de a sentença tirá-lo da disputa para a presidência. "A sentença
só tem validade quando transitada em julgado em última instância. Ela ainda está na primeira. Já
recorri e tenho confiança que venceremos", disse.
O ex-governador declarou ainda que Lula tem "medo" de enfrentá-lo na disputa eleitoral de
2006. Terminou defendendo a
candidatura própria do PMDB
para a Presidência da República e
confirmou mais uma vez a sua
pré-candidatura ao cargo pelo
partido.
"Eu estou aí. Apresento o meu
nome ao meu partido. Se o partido entender que o Rigotto deve
ser o candidato, eu mergulho de
cabeça, está ótimo. Se entender
que o Requião [Roberto Requião,
governador do Paraná] deve ser o
candidato, eu mergulho de cabeça, está ótimo. Mas se entender
que o candidato deve ser o Garotinho, se preparem. Vai ser um Garotinho contra o Golias, contra a
trinca".
Colaborou a Sucursal do Rio
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