São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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MÍDIA

Jornalista ganha no STJ, mas sofre nova derrota em GO

Kajuru obtém habeas corpus, mas é condenado a pagar indenização

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que conseguiu habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra condenação de 18 meses de prisão em regime aberto imposta pela Justiça de Goiás, o jornalista Jorge dos Reis da Costa, o Jorge Kajuru, 44, foi condenado em outra ação a pagar uma indenização de cem salários mínimos.
A liminar do STJ suspendeu a execução da pena de 18 meses em processo em que ele fora acusado de difamação de uma empresa de comunicação e de seu presidente.
Enquanto isso, o juiz Amaral Wilson de Oliveira, da 2� Vara Cível de Goiânia, determinou anteontem que Kajuru pague cem salários mínimos ao governador de Goiás, Marconi Perillo, além de 15% de honorários advocatícios e custas processuais.
O governador havia impetrado ação de indenização por danos morais por causa de acusações feitas em 1999, em um programa de rádio. Cabe recurso da decisão.
No programa, Kajuru havia falado sobre a suposta utilização de verba secreta da sede do governo goiano na aquisição de jóias, comida e bebidas alcóolicas. Também disse que o governo pressionou empresas a retirar contas de publicidade de sua Rádio K.
Kajuru não se mostrou preocupado com a condenação, da qual não foi notificado. "É descabida. O juiz determina que a honra do governador vale R$ 30 mil. Pensei que valesse mais." A assessoria de Perillo não comentou o caso.
Sobre a decisão do STJ de conceder habeas corpus, Kajuru comemorou. "Estou orgulhoso de ter dito, quando fui condenado, que eu acreditava na Justiça brasileira. Não sou criminoso." Para ele, o fato de o advogado e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias ter assumido sua defesa recentemente foi fundamental para que obtivesse o habeas corpus.
A decisão, do ministro José Arnaldo Esteves, valerá até que a 5� Turma do STJ, composta por ele e outros quatro ministros, julgue o mérito do habeas corpus.
As Organizações Jaime Câmara e o seu presidente, Jaime Câmara Júnior, moveram ação contra ele porque, em programa de rádio, em janeiro de 2001, ele classificou a TV Anhangüera, daquela empresa e afiliada à Rede Globo, de oportunista sobre como teria obtido o direito de transmitir o Campeonato Goiano de Futebol.


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