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DEFESA
Para vice-presidente, aumento poderia ser pago já em 2005
Recuo do déficit da Previdência pode bancar ajuste para militar, diz Alencar
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente da República
e ministro da Defesa, José Alencar, disse ontem que o governo
precisa, ainda neste ano, dar um
novo reajuste salarial aos integrantes das Forças Armadas,
mesmo com a recente afirmação
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva de que não há recursos.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Alencar sugeriu que os recursos podem sair de um eventual
recuo do déficit da Previdência,
que, no primeiro trimestre deste
ano, teve um prejuízo de R$ 8,6
bilhões -avanço de 25% em relação ao mesmo período de 2004.
"De fato não há [recursos], mas
ele [Lula] mandou fazer um estudo. O pessoal [da Fazenda e do
Planejamento] está fazendo um
estudo especial, e eu acredito que
vá acontecer." A seguir, questionado se pode ser pago em 2005,
ele disse: "Eu acredito que sim,
precisamos disso".
Na semana passada, Lula chamou representantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica no
Planalto para avisá-los de que o
governo não tem condições de
cumprir, neste momento, a promessa de pagar uma segunda parcela de reajuste aos militares.
Em 2004, depois de uma série de
protestos liderados por mulheres
de militares, o governo se comprometeu a reajustar os salários
em duas parcelas. Como 10% foram antecipados a partir de setembro do ano passado, o restante (20%, mais inflação) ficou para
o primeiro trimestre deste ano.
Em frente ao Congresso, mulheres de militares estão acampadas
há três semanas para pressionar o
governo federal a cumprir a promessa da segunda parcela.
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