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Severino insiste em cargos para base
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CARUARU (PE)
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse ontem, em Caruaru (PE), que vê
"certo desgaste" do governo em
sua relação com o Legislativo e
atribuiu o problema à "falta de
atenção de alguns ministros" com
os parlamentares. "Está havendo,
sim, certo desgaste, mas é fácil o
presidente [Luiz Inácio Lula da
Silva] voltar a coordenar [articulação política]. A posição dos parlamentares deve ser respeitada."
Para Severino, o governo poderia estar em situação mais confortável se o PP e os demais partidos
da base participassem mais efetivamente do governo, como nos
ministérios. "O governo precisa
mudar um pouco o tratamento.
Os senhores ministros têm que
dar atenção ao Poder Legislativo."
Em entrevista exclusiva à Folha,
concedida antes de um almoço
em uma fazenda a 18 km de Caruaru, Severino disse, porém, que
não vê riscos de as divergências
evoluírem para uma crise institucional. "Eu acho até louvável discutirmos os assuntos", declarou.
Para ele, essa "agitação" entre
poderes é normal, pois "em todo
período pré-eleitoral é assim".
O deputado também acha "normal" a pressão do governo para
que os integrantes da base retirem
suas assinaturas do pedido de
abertura da CPI dos Correios.
"Não é a primeira vez que isso
acontece na Câmara", afirmou.
"Já aconteceu no governo passado e vai continuar acontecendo."
Ele reafirmou que, se houver assinaturas suficientes, a comissão
de inquérito "será instalada".
"Não colocarei obstáculos, nem
tenho forças para fazer com que
[os aliados do governo] mudem
de opinião", disse.
O parlamentar disse que não vê
sua ascensão ao cargo como o estopim da crise entre os poderes.
Para ele, os problemas surgiram
porque, "hoje, a pauta dos trabalhos [na Câmara] quem faz são os
deputados, e não a Casa Civil".
Em discurso a estudantes da Faculdade do Vale do Ipojuca, em
Caruaru, acusou o governo de ter
estimulado jornalistas a investigar sua vida em Pernambuco para
prejudicá-lo, após a eleição. "Minha vida está exposta para ser investigada a hora que quiserem, seja na situação, seja na oposição."
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