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Divergências
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da Sucursal de Brasília
O principal foco das divergências sobre a reforma tributária está concentrado em três pontos da
última proposta do Ministério da
Fazenda, que mantém praticamente toda a estrutura dos tributos federais que incidem em cascata sobre os setores produtivos.
A proposta foi apresentada na
última segunda aos representantes da comissão especial de reforma tributária. Dois dias depois, os
parlamentares a rechaçaram.
A Fazenda rebateu todas as críticas pontuais com a divulgação
de outro texto, que continha o estilo e a argumentação típicos de
Everardo Maciel (Receita).
Os deputados consideram que a
nova proposta da Fazenda gera
tanta centralização do poder de
tributar nas mãos da União quanto sua versão anterior. O ministério, entretanto, diz que precisa de
um grau de liberdade para não
colocar em risco o ajuste fiscal.
A negociação deverá ser retomada em 10 de janeiro por decisão das duas partes e também dos
Estados. Deverá discutir:
1) Efeito em cascata: a Fazenda
quer, em princípio, manter a cumulatividade na cobrança do PIS-Pasep e da Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social). Mas aceita deixar a
definição para lei complementar.
Os parlamentares querem a garantia, na Constituição, de que o
efeito em cascata será eliminado;
2) Imposto do cheque: a Fazenda quer transformar a CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) em
imposto permanente. Contrários
à idéia, em princípio, os parlamentares a aceitariam desde que
fosse definida uma alíquota máxima na Constituição e uma compensação em outros tributos. A
Fazenda rejeita as condições;
3) IPI: na proposta da Fazenda,
o Imposto sobre Produtos Industrializados seria mantido e cobrado também do setor de serviços,
dos insumos e dos bens de capital.
Mas, nos produtos e serviços que
incidir o IPI, não poderá ser cobrado o principal tributo estadual, o IVA (Imposto sobre Valor
Agregado). Os parlamentares vetam a idéia e insistem que a União
crie outro IVA no lugar do IPI.
A tolerância da comissão em
negociar com a Fazenda se deve
ao temor de que, uma vez encaminhada ao plenário da Câmara
sem o apoio da União e dos Estados, a proposta do deputado
Mussa Demes (PFL-PI) acabe
descaracterizada por emendas ou
com sua tramitação paralisada.
Mas os parlamentares definiram os limites. "Se não houver
consenso com a Fazenda, votamos os 32 destaques que faltam,
encerramos os trabalhos da comissão e entregamos o projeto
pronto para ser votado pelo plenário da Câmara", afirmou o presidente da comissão, Germano
Rigotto (PMDB-RS).
(DCM e FG)
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