São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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Alvares ganha sobrevida, avalia Planalto

da Sucursal de Brasília

As avaliações feitas por Fernando Henrique Cardoso a assessores no fim-de-semana mantiveram no ar a hipótese de afastamento de Elcio Alvares (Defesa). A sobrevida do ministro dependeria dele próprio, que precisará mostrar maior firmeza à frente da pasta.
Segundo a análise feita no Planalto, as mudanças feitas no âmbito da Defesa deram a Alvares tempo para refletir. O novo comandante da Aeronáutica tem perfil mais político e moderado, afinado com as mudanças que o governo pretende fazer no setor.
Na visão de FHC e de seus auxiliares diretos, Alvares precisa dar maior aos assuntos afetos à Defesa, em detrimento das questões pessoais. De resto, sua permanência depende das investigações da CPI do Narcotráfico no Espírito Santo, estado natal de Alvares.
Para o Planalto, a demissão do comandante da Aeronáutica Walter Bräuer (por quebra de hierarquia) e da assessora especial Solange Rezende Antunes (por suspeitas de irregularidades levantadas pela CPI), na sexta-feira, significou um "freio de arrumação" no ministério.
A expectativa por parte de FHC é que, agora, Alvares monte uma equipe mais técnica e mais afinada com a Política de Defesa Nacional, com roupagem mais profissional do que a anterior, em que pessoas de seu relacionamento pessoal -caso de Solange, que trabalhava com Alvares havia 20 anos e controlava tudo e todos em volta dele- não interfiram na condução de assuntos da pasta.
A Folha apurou que as críticas à conduta de Alvares não estavam restritas ao Planalto e à Aeronáutica. Há uma grande insatisfação em outras áreas militares, especialmente por parte do Exército.
A avaliação é que Alvares "é fraco" e "não impõe o respeito que o cargo lhe faculta". No Congresso, parlamentares que acompanham assuntos militares concordam com essa avaliação.


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