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De olho em 2010, Serra dá a Alckmin secretaria em SP
Ex-governador comandará pasta do Desenvolvimento, com verba de R$ 2 bilhões
Reaproximação dos dois tucanos fortalece Serra no âmbito nacional como o nome do PSDB à sucessão
de Lula no próximo ano
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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José Serra (à dir.) anuncia Geraldo Alckmin como novo secretário no Palácio dos Bandeirantes
FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB) foi apresentado ontem pelo atual ocupante
do Palácio dos Bandeirantes, o
também tucano José Serra, como o novo secretário de Desenvolvimento do Estado no lugar
de Alberto Goldman, atual vice-governador paulista.
Alckmin estava sem cargo
público desde março de 2006,
quando, após uma disputa partidária com Serra, então prefeito de São Paulo, deixou o palácio para concorrer à Presidência e ser derrotado por Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
No ano passado, Alckmin não
chegou nem ao segundo turno
da eleição para prefeito em São
Paulo, após ter desafiado o grupo de Serra, que defendia o
apoio do PSDB à reeleição de
Gilberto Kassab (DEM). Ele vinha atuando como médico acupunturista e professor.
Durante o anúncio, houve
troca de afagos entre eles. O governador disse que seria uma
honra contar com um político
com "a experiência e a capacidade" de Alckmin, que, por sua
vez, elogiou Serra e o chamou
de "companheiro".
A reaproximação fortalece
ainda mais Serra na disputa tucana pelo direito de concorrer à
sucessão de Lula em 2010.
"Venho para somar, unir e
trabalhar", disse Alckmin, que
reconheceu o favoritismo do
governador paulista. "Se da
própria eleição presidencial, na
qual Serra desponta como importante candidato, não é hora
de se tratar [desse assunto],
imagine da eleição estadual",
disse, após ter sido questionado
se concorrerá ao Bandeirantes.
Segundo Serra, a escolha pode funcionar como antídoto
contra sua imagem de "desagregador". Embora negando divergências internas, o governador afirmou ainda que, "para o
público externo, existe a imagem de fissura partidária".
"É um fato político importante. Um sinal de maturidade
e grandeza de Serra e Alckmin,
que certamente será bem aceito, não apenas pelo PSDB, mas
também pelos paulistas em geral", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
À frente da pasta, o ex-governador controlará projetos importantes. Os investimentos
previstos para este ano se aproximam de R$ 2 bilhões.
Aécio Neves
No ano passado, Alckmin
chegou a defender eleições prévias como mecanismo de escolha do próximo presidenciável
do PSDB, já que o governador
de Minas, Aécio Neves, com
quem ele mantém uma boa relação, também é postulante. O
partido já consultou o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
sobre a possibilidade das prévias antes das convenções.
O mineiro cumprimentou
Alckmin: "Ganha o governo e
São Paulo, que passarão a ter
um colaborador de altíssimo
nível", disse Aécio em nota.
Mas, dentro do Bandeirantes,
Alckmin terá de trabalhar pelo
paulista. Em contrapartida, o
cargo dará a ele mais chance de
fortalecer sua candidatura ao
governo em 2010.
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