São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Em campo
Henrique Meirelles se antecipou e deverá ir hoje ao Senado conhecer os parlamentares que, amanhã, vão analisar a sua indicação para o BC. O risco de seu nome não ser aprovado é praticamente nulo, mas não custa caprichar no meio-de-campo.

Novo companheiro
A visita de Meirelles ao Senado foi combinada com Eduardo Suplicy (PT). Petistas que não gostaram da indicação de um tucano para o BC do novo governo disseram a Suplicy que não vão receber o banqueiro no gabinete. Preferem conversar com ele no plenário, em público.

Líder da oposição
Contrária à indicação de Meirelles para o BC, Heloísa Helena informou o PT de que não participará da votação se o partido fechar questão e exigir que todos os senadores aprovem o nome do tucano para o BC. Como a sessão é secreta, quer deixar claro que não aceitou a imposição.

Porta aberta
Pedro Bodin, que recusou convite de Lula para presidir o Banco Central, foi novamente sondado pelo PT para participar do futuro governo. Os cargos oferecidos ao economista foram a Secretaria de Política Econômica e a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.

Saúde partidária
O Ministério da Saúde é o atual o sonho de consumo do PMDB na futura administração Lula. Com orçamento farto, recursos garantidos por lei e cargos em todos os Estados, seria a pasta ideal para acomodar todas as correntes peemedebistas.

2006 está aí
Parte da cúpula do PT quer mudar a sede do partido para Brasília, a fim de acompanhar mais de perto o governo Lula. Mas José Genoino, de olho em sua candidatura a governador, bate o pé para mantê-la em SP. O novo presidente do PT quer ficar perto das "bases".

Mapa pessoal
Relator de Meio Ambiente no Orçamento de 2003, o deputado Pedro Novaes (PMDB-MA) incluiu seu Estado na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, o que pode render mais recursos ao governo estadual. Detalhe: o Maranhão está a mais de 300 km do São Francisco.

Questão de prioridade
O deputado Pedro Novaes também cortou 99,5% dos recursos previstos para o combate à seca no semi-árido nordestino. A previsão de verba caiu de R$ 100 milhões para R$ 500 mil.

Presente de Natal
Senadores pressionam a secretaria-geral da Casa pela criação de dois novos cargos de confiança, com salários de R$ 5.800, por gabinete. Aprovada, a proposta implicará aumento de cerca de 10% na folha de pagamento.

Ano difícil
Cada senador pode contratar hoje nove funcionários de confiança -três com salários de R$ 5.800 e outros seis de R$ 5.000. Além disso, usa o quadro funcional efetivo do Senado. O total de gastos de cada gabinete com salários é de cerca de R$ 100 mil.

Homenagem
O retrato de Mário Covas passará a integrar a partir de hoje a Galeria dos Governadores do Palácio dos Bandeirantes. A cerimônia de homenagem ao tucano está marcada para as 17h.

Imagem é tudo
O governo federal gastou R$ 247,5 mi neste ano em publicidade. O valor, por enquanto, é inferior ao do ano passado, quando foram aplicados R$ 303 mi pela União no setor.

Publicidade oficial
A Saúde é o campeã de gastos em publicidade (R$ 79,8 mi). A Educação aparece em segundo, com R$ 28,1 mi. Também gastaram mais de R$ 10 mi a Aneel (R$ 15,4 mi), o Planejamento (R$ 14,1 mi), o Trabalho (R$ 13,9 mi) e a Anatel (R$ 10,2 mi).

TIROTEIO

De Fernando Lyra (PE), ex-ministro da Justiça, sobre a reação da cúpula do PT às críticas feitas pela esquerda do partido à montagem do governo Lula:
- O PT não pode jogar fora seu passado. Tem de respeitar quem discorda. É preciso ser tolerante com os radicais.

CONTRAPONTO

Bola de cristal

Em setembro ocorreu em Sertãozinho (SP) um seminário sobre álcool combustível. Os jornalistas da região aguardavam a presença do ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento).
De repente, um assessor fez sinais para os repórteres, chamando-os para uma entrevista. Três deles começaram, então, a fazer uma bateria de perguntas sobre o novo Proálcool, que seria anunciado no evento.
Ao lado do assessor, o entrevistado respondia que achava importante a medida, mas não tinha informação sobre o que de fato iria ocorrer. E pediu a eles que fizessem as perguntas ao ministro, quando ele chegasse.
Um repórter se espantou:
- Mas o sr. não é o ministro?
- Não. Sou o Roberto Rodrigues, da Associação Brasileira do Agribusiness.
Em janeiro, Amaral deixará o ministério e Rodrigues assumirá a pasta da Agricultura.


Próximo Texto: Lei de improbidade: Foro privilegiado pode afetar 4.753 ações contra políticos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.