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ELEIÇÕES
PDT faria reunião neste fim-de-semana para decidir se terá nome para disputar Prefeitura do Rio
Garotinho pressiona e decisão é adiada
da Sucursal do Rio
O governador do Rio, Anthony
Garotinho, venceu ontem uma
batalha da disputa interna que divide o PDT fluminense. Ele conseguiu que o grupo liderado por
Leonel Brizola, presidente nacional do PDT, aceitasse o adiamento da reunião do Diretório Regional do Rio que iria ratificar a decisão de lançar candidato próprio à
Prefeitura do Rio.
Em troca, Garotinho suspendeu
reunião convocada para amanhã
em que pretendia criar uma tendência dentro do partido de oposição a Brizola. Segundo o governador, a reunião tinha como objetivo buscar a democratização do
partido.
Na reunião de sete horas do
Conselho Político do PDT do Rio
-três das quais com a participação do governador- durante o
dia de ontem, Garotinho chegou a
ameaçar com a entrega do seu
cargo ao partido como forma de
pressão para conseguir o que pretendia.
As três horas de reunião do
Conselho Político que contaram
com a presença de Garotinho foram tensas e com intervenções
ríspidas tanto do governador como de Brizola e de outros participantes. Houve várias agressões
verbais. Garotinho foi chamado
de traidor e cínico.
Sangue de barata
"Vocês não sabem o que aconteceu lá dentro. É um jogo de cartas marcadas. Eu não tenho sangue de barata", disse Garotinho a
militantes que pediam sua volta à
reunião do conselho quando ele
decidiu abandoná-la no meio.
O acordo entre as partes não
saiu na reunião do Conselho Político, mas em negociação direta,
no Palácio Guanabara, entre Garotinho e uma pequena comissão
que falou em nome de Brizola.
Feito o acordo de adiamento das
reuniões, a decisão foi referendada pelo Conselho Político.
No final do dia, Brizola classificou o acordo como um "quarto
intermédio". Segundo ele, é uma
expressão uruguaia que significa
um intervalo no qual "tudo passa
para a sala do café para conversar
e trocar idéias".
A reunião do Conselho Político,
uma instância mais restrita da direção regional do PDT, foi convocada no final da tarde de quinta-feira para tentar uma saída diante
da iminência de uma ruptura partidária.
A reunião do diretório seria para ratificar ou não, pelo voto nominal, a decisão tomada em outra
reunião do mesmo diretório, realizada no dia 14 de janeiro, de o
PDT lançar candidato próprio à
Prefeitura do Rio nas eleições deste ano.
Benedita
Brizola, que é candidato a candidato do PDT à Prefeitura do
Rio, disse que a reunião de janeiro
continua valendo e deve ser ratificada em reunião a ser marcada
para as próximas semanas.
Garotinho é contra a candidatura própria, argumentando que
em 1998 foi feito um acordo entre
o PDT e o PT para apoiá-lo para
governador.
Em troca, o PDT deveria agora
apoiar a candidatura da petista
Benedita da Silva, vice na chapa
que elegeu Garotinho, à Prefeitura do Rio.
Desde então, Brizola e Garotinho vêm trocando acusações. Garotinho afirma que Brizola está
faltando com a palavra dada ao
PT e este afirma que nunca fez o
tal acordo.
As discussões, que servem de
pano de fundo à disputa entre Garotinho e Brizola pela liderança
do partido, passaram para a troca
de agressões. Garotinho acusou
Brizola de estar trabalhando para
expulsá-lo do PDT. Ontem, Brizola negou que tenha essa intenção.
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