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Jader ironiza proposta para o mínimo
da Sucursal de Brasília
O líder do PMDB no Senado e
presidente nacional do partido,
Jader Barbalho (PA), fez ontem
um longo discurso para ironizar
a proposta do PFL de elevar o salário mínimo para o equivalente,
em reais, a US$ 100, a partir de
maio. O PMDB considera a proposta demagógica.
Com elogios ao presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader disse que
faria o discurso por não resistir
"ao clima de entusiasmo pelo
combate à pobreza que toma
conta de tantos segmentos da vida pública".
Em seguida, lamentou o fato
de o ministro Waldeck Ornélas
(Previdência), que é senador pelo PFL da Bahia, ter criticado a
proposta 24 horas depois de ela
ter sido lançada pelo deputado
federal Luiz Antonio de Medeiros (PFL-SP).
Ele também leu uma carta
igualmente irônica sobre o assunto dirigida ao presidente do
PFL, senador Jorge Bornhausen
(SC), e informou que enviaria
uma cópia do texto ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na carta, Jader considerou a
proposta do PFL "uma iniciativa
do mais alto interesse social" do
partido, "sempre preocupado
com os mais pobres".
Mas disse que estava frustrado
com o "recuo" do PFL expressado pelas críticas de Ornélas e que
as restrições devem ser "contornadas" para favorecer "uma causa tão justa no combate à pobreza em nosso país".
ACM também foi irônico ao
comentar o discurso. "Vossa Excelência me comoveu com suas
palavras", disse, ainda no plenário do Senado. Mais tarde, ele
afirmou que quase teve que sair
do plenário "tal a comoção com
as palavras".
Após deixar a tribuna do Senado, o líder do PMDB revelou que
seu partido "não pode ficar a reboque do PFL" nas discussões
sobre salário mínimo. "Não é só
o PFL que quer acabar com a pobreza. Nós também queremos."
Na prática, ele avalia que FHC
ficará em uma situação política
frágil caso o PFL insista na tese
do mínimo de US$ 100.
(FERNANDO GODINHO)
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