São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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Jader ironiza proposta para o mínimo

da Sucursal de Brasília

O líder do PMDB no Senado e presidente nacional do partido, Jader Barbalho (PA), fez ontem um longo discurso para ironizar a proposta do PFL de elevar o salário mínimo para o equivalente, em reais, a US$ 100, a partir de maio. O PMDB considera a proposta demagógica.
Com elogios ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader disse que faria o discurso por não resistir "ao clima de entusiasmo pelo combate à pobreza que toma conta de tantos segmentos da vida pública".
Em seguida, lamentou o fato de o ministro Waldeck Ornélas (Previdência), que é senador pelo PFL da Bahia, ter criticado a proposta 24 horas depois de ela ter sido lançada pelo deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PFL-SP).
Ele também leu uma carta igualmente irônica sobre o assunto dirigida ao presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e informou que enviaria uma cópia do texto ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na carta, Jader considerou a proposta do PFL "uma iniciativa do mais alto interesse social" do partido, "sempre preocupado com os mais pobres".
Mas disse que estava frustrado com o "recuo" do PFL expressado pelas críticas de Ornélas e que as restrições devem ser "contornadas" para favorecer "uma causa tão justa no combate à pobreza em nosso país".
ACM também foi irônico ao comentar o discurso. "Vossa Excelência me comoveu com suas palavras", disse, ainda no plenário do Senado. Mais tarde, ele afirmou que quase teve que sair do plenário "tal a comoção com as palavras".
Após deixar a tribuna do Senado, o líder do PMDB revelou que seu partido "não pode ficar a reboque do PFL" nas discussões sobre salário mínimo. "Não é só o PFL que quer acabar com a pobreza. Nós também queremos."
Na prática, ele avalia que FHC ficará em uma situação política frágil caso o PFL insista na tese do mínimo de US$ 100.
(FERNANDO GODINHO)


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