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REAÇÃO
Assinatura do presidente reproduzida é falsa
FHC ameaça processar
pefelistas por cartaz
da Sucursal de Brasília
O Palácio do Planalto vai acionar a Advocacia Geral da União
caso o PFL decida distribuir ou
utilizar em campanha o cartaz
criado para divulgar a proposta
de salário mínimo equivalente a
US$ 100, defendida pelo partido.
No cartaz, aparece o nome de
Fernando Henrique Cardoso
num suposto cheque, assinado
por ele, do Banco do Brasil.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, negou que a
assinatura que aparece no cheque seja a do presidente. Disse
ainda que não houve pedido por
parte do partido ou do deputado
Luiz Antonio de Medeiros (PFL-SP), autor da idéia do cartaz do
cheque, para a utilização do nome e da suposta assinatura do
presidente. "O presidente não tinha conhecimento do cartaz."
Atrito
Para evitar atrito direto com o
deputado Medeiros, assessores
de FHC trataram de afirmar que
o cartaz seria apenas um "projeto de peça publicitária". A Folha
apurou, no entanto, que há 5.000
cartazes prontos num depósito
da Força Sindical, em São Paulo,
confeccionados por ordem de
Medeiros.
"Se vier a ser usado o nome ou
a indicação da assinatura do presidente, o governo vai acionar a
Advocacia Geral da União para
ver, do ponto de vista jurídico,
quais são as implicações legais
dessa utilização", afirmou Lamazière.
Segundo assessores, o presidente não gostou de ver a utilização de sua assinatura e de seu
nome numa peça promocional
de um tema que vai de encontro
à proposta do governo de ajuste
fiscal.
Também desagradou ao presidente o fato de caciques do PFL,
como o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), posarem
ao lado do cartaz com o suposto
cheque.
O cartaz ""por salário mínimo
mais digno" foi encomendado
por Medeiros à Força Sindical,
central da qual o parlamentar já
foi presidente.
Medeiros só viu o conteúdo do
cartaz quando ele já estava pronto. ""Dei uma risada quando vi o
cartaz com a assinatura do presidente Fernando Henrique Cardoso nos cheques do Banco do
Brasil", disse Medeiros.
O deputado afirmou que esperava a mesma reação na reunião
da Executiva do partido, que
aprovou a companha nacional
pelo reajuste do salário mínimo.
"Quando abri o cartaz ninguém
falou nada. Foi um silêncio", disse Medeiros. O deputado espalhou cartazes pela sala de reunião da Executiva do partido.
Idealizador
Saiu do punho do publicitário
Mauro Lopes, da Arte e Imagem,
a cópia nada perfeita da assinatura de FHC no cheque da campanha da Força.
Lopes, responsável pela criação da peça, diz que não tentou
imitar a firma presidencial. "Foi
uma figura de linguagem, uma
expressão visual para mostrar
que o salário mínimo vai ser
aprovado pelo chefe do Executivo", justificou.
Segundo o publicitário, os cartazes foram submetidos à Força
Sindical, e em particular ao deputado Luiz Antonio de Medeiros.
"O deputado pediu que a gente
deixasse claro que é uma campanha. Não é o presidente que vai
dar o mínimo, mas ele terá que
concordar", disse Mauro Lopes.
Para o publicitário, a diferença
entre a assinatura original e sua
criação não afeta a mensagem.
"O importante é o conceito." As
reclamações oriundas do Palácio
do Planalto tampouco incomodam. "Toda campanha que vai
contra alguma meta é contestada", diz ele.
Colaborou a Reportagem Local
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