São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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NEGÓCIOS

Tele investiu R$ 5 milhões na empresa de Fábio

Oposição quer explicações de Lula sobre relação de seu filho e Telemar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

A oposição analisa uma forma de exigir judicialmente explicações do Palácio do Planalto sobre o investimento de R$ 5 milhões da Telemar na Gamecorp, produtora que tem como um dos sócios Fábio Luis Lula da Silva, 28, filho do presidente Lula.
O negócio foi intermediado pela empresa de auditoria DBO Trevisan, cujo principal sócio é Antoninho Marmo Trevisan, amigo do presidente Lula e integrante do Conselho de Ética Pública da Presidência da República.
A Telemar pagou R$ 2,5 milhões para adquirir 35% das ações da Gamecorp e outros R$ 2,5 milhões para ter exclusividade sobre o conteúdo produzido. O capital social total da Gamecorp é de R$ 5,2 milhões.
"Queremos conhecer detalhes sobre esses negócios. A intenção nunca foi atingir o presidente, mas a legalidade dos fatos pode levar a isso", disse o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). "A Telemar não é uma empresa privada comum, é uma concessionária de serviço público. O Trevisan é um auditor e pior que ser amigo do presidente é o fato que auditor tem de auditar, não fazer negócio. É muito grave", completou.
O secretário-geral do PSDB, deputado Bismarck Maia (CE), afirmou que o tema será tratado na reunião da Executiva Nacional do partido, agendada para amanhã. "Se o caso Waldomiro tinha o viés administrativo, agora há um viés familiar. O gabinete agora é o quarto ao lado", disse.
"Vamos conversar amanhã [hoje] e terça na Executiva para tomar uma posição, mas em hipótese nenhuma deixaremos de ser rigorosos. Em nenhum momento achei que o Lula não sabia das coisas, que era autista", completou.
O deputado ACM Neto (PFL-BA), que integra a CPI dos Correios, afirmou que "mais cedo ou mais tarde isso será trazido para a CPI". Ele também sugeriu a investigação da suposta relação da direção da Telemar com o publicitário Marcos Valério de Souza.
O líder do PSB na Câmara, partido que integra a base governista, Renato Casagrande (ES), também cobrou apuração do caso e punição caso sejam comprovadas irregularidades "independentemente se é parente ou não". "Ser ou não da base está ficando pouco relevante e a sociedade quer apuração", disse. (SILVIO NAVARRO)

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