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NEGÓCIOS
Tele investiu R$ 5 milhões na empresa de Fábio
Oposição quer explicações de Lula sobre relação de seu filho e Telemar
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A oposição analisa uma forma
de exigir judicialmente explicações do Palácio do Planalto sobre
o investimento de R$ 5 milhões da
Telemar na Gamecorp, produtora
que tem como um dos sócios Fábio Luis Lula da Silva, 28, filho do
presidente Lula.
O negócio foi intermediado pela
empresa de auditoria DBO Trevisan, cujo principal sócio é Antoninho Marmo Trevisan, amigo do
presidente Lula e integrante do
Conselho de Ética Pública da Presidência da República.
A Telemar pagou R$ 2,5 milhões para adquirir 35% das ações
da Gamecorp e outros R$ 2,5 milhões para ter exclusividade sobre
o conteúdo produzido. O capital
social total da Gamecorp é de R$
5,2 milhões.
"Queremos conhecer detalhes
sobre esses negócios. A intenção
nunca foi atingir o presidente,
mas a legalidade dos fatos pode
levar a isso", disse o líder da minoria na Câmara, deputado José
Carlos Aleluia (PFL-BA). "A Telemar não é uma empresa privada
comum, é uma concessionária de
serviço público. O Trevisan é um
auditor e pior que ser amigo do
presidente é o fato que auditor
tem de auditar, não fazer negócio.
É muito grave", completou.
O secretário-geral do PSDB, deputado Bismarck Maia (CE), afirmou que o tema será tratado na
reunião da Executiva Nacional do
partido, agendada para amanhã.
"Se o caso Waldomiro tinha o viés
administrativo, agora há um viés
familiar. O gabinete agora é o
quarto ao lado", disse.
"Vamos conversar amanhã [hoje] e terça na Executiva para tomar uma posição, mas em hipótese nenhuma deixaremos de ser rigorosos. Em nenhum momento
achei que o Lula não sabia das coisas, que era autista", completou.
O deputado ACM Neto (PFL-BA), que integra a CPI dos Correios, afirmou que "mais cedo ou
mais tarde isso será trazido para a
CPI". Ele também sugeriu a investigação da suposta relação da direção da Telemar com o publicitário Marcos Valério de Souza.
O líder do PSB na Câmara, partido que integra a base governista,
Renato Casagrande (ES), também
cobrou apuração do caso e punição caso sejam comprovadas irregularidades "independentemente
se é parente ou não". "Ser ou não
da base está ficando pouco relevante e a sociedade quer apuração", disse. (SILVIO NAVARRO)
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