EM SÃO PAULO

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia seguinte à sua despedida do PT, o auto-intitulado "cidadão José Genoino Neto" rejeitou a possibilidade de vir a ocupar um cargo no governo federal e já recebeu uma proposta de trabalho, do senador Eduardo Suplicy (SP).
"Não há nenhuma perspectiva de eu ir para o governo federal. Não quero. Tenho mais um mês de salário como presidente do PT e então vou avaliar minhas opções", declarou ele.
No momento, o projeto do ex-presidente do PT é ficar em casa com a família. "Foi um processo muito duro, dilacerante para mim", afirmou.
Ele diz ter recebido muitos telefonemas e mensagens de companheiros de partido desde que anunciou sua decisão de afastar-se do cargo, no início da tarde de anteontem. Uma das que mais o emocionou foi a do líder sem-terra José Rainha e sua mulher, Diolinda.
Dizendo-se tranqüilo, Genoino também afirmou que não irá mais concorrer à presidência nacional do partido na eleição interna marcada para setembro, na qual têm direito a voto mais de 800 mil filiados. "É natural que quem assume a presidência agora [Tarso Genro] seja o candidato", afirmou.
O ex-presidente petista vai se candidatar a deputado federal em 2006. Até lá, deve ser abrigado em algum gabinete ou instância partidária, até para sobreviver financeiramente.
A primeira oferta veio de Suplicy, que, apesar de ter tido constantes atritos políticos com a direção nacional petista desde que Genoino assumiu o cargo, disse "manter o sentimento de respeito e admiração por Genoino".
"Eu me sentiria honrado se ele [Genoino] quisesse colaborar comigo em meu gabinete. Seria fantástico", declarou Suplicy, que participou da reunião da Executiva Nacional do partido, durante a manhã, em São Paulo.
Naquele momento, ele ainda não havia conversado com o ex-presidente do PT e não tinha uma resposta sobre o convite. "Genoino é um PhD em conhecimento da política", declarou o senador. (FZ e LC)

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