São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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PAINEL

Lavando as mãos
Depois de ter de dar mais cargos para ter a parcela de sempre do PMDB, Lula pode enfrentar novo constrangimento hoje. Severino Cavalcanti (PE) deverá lhe dizer que um eventual ministro do PP será tratado como da cota pessoal do presidente.

Não, obrigado
"O partido entende, com todo o respeito, que não é um bom momento de participar do governo, mas vamos continuar apoiando a governabilidade", diz o líder José Janene (PR), citado no caso do "mensalão".

Rastilho de pólvora
Observadores atentos da oposição e do PT notaram que a palavra "impeachment", até então evitada para falar da crise, apareceu em uma revista e em três jornais no fim de semana. "Estamos perdendo o controle da crise", diz um petista.

Análise de risco
Mais um "notável" recusou convite de emissários de Lula para integrar o governo. Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro Real, foi chamado para assumir o BNDES com a missão de alavancar investimentos. Preferiu ficar onde está.

Esperando a ordem
De um assessor de um dos ministros que permanecem na fila do desemprego até o término da reforma ministerial: "Já embalamos tudo. Deixamos para fora apenas a necessaire".

Passagem-relâmpago
Na esteira da "despetização" do Banco do Brasil, Geraldo Magela deverá deixar nesta semana a presidência do Banco Popular, menos de três meses depois de assumir. A desculpa é a de sempre: será candidato em 2006.

Porto seguro
Já o presidente da Infraero, Carlos Wilson, articula para ser nomeado na próxima vaga do Tribunal de Contas da União. Desanimou de disputar eleições pelo PT em Pernambuco.

De volta ao ponto
Em seu discurso de despedida da presidência do PT, no sábado, José Genoino disse que está "provado" que a CPI dos Correios era um erro e que seu objetivo é desgastar o PT.

Os anéis e os dedos
O ex-presidente petista não escondeu a contrariedade por ter de renunciar. "Essa coisa de a cada paulada ceder um pedaço do governo e do PT é um erro que irá nos destruir", disse, segundo relatos.

Esperança de molho
Quem estava no mesmo hotel da reunião do PT em São Paulo, mas preferiu passar incógnita, foi a atriz Paloma Duarte, musa da campanha de 2002 que combateu o discurso tucano do "medo" da vitória de Lula na TV.

Todos por um
O comando da CPI suspeita que foi obra de três parlamentares o furto de um dos relatórios do Coaf, na semana passada. Os líderes dos partidos serão advertidos de que vigiem melhor seus representantes.

O último apague a luz
Decanos de crises políticas no Congresso avisam: a esperada cassação em massa de deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão dará lugar a uma renúncia coletiva para evitar a inelegibilidade.

Árvore genealógica
O ex-gerente do Real Grandeza, o fundo de pensão de Furnas, Benito Siciliano, afastado por denúncia de favorecer bancos, foi indicado pelo trio de deputados colocado no PTB por José Dirceu: Luiz Piauhylino (PE), Salvador Zimbaldi (SP) e Osmânio Pereira (MG).

Novo léxico
Tradução livre adotada nos corredores da CPI para SMPB, uma das agências de Marcos Valério: Super Mesada para a Base.

TIROTEIO

Do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a prisão do petista José Adalberto Vieira com US$ 100 mil na cueca:
-Foi-se o tempo em que os petistas eram conhecidos pela simplicidade da roupa que usavam. Já dizia Mark Twain: a roupa faz o homem, e os malvestidos têm pouca ou nenhuma influência na sociedade.

CONTRAPONTO

Ponteiro disparado

Marta Suplicy, no seu rápido mandato de um dia como presidente nacional do PT, dirigia no sábado a reunião do partido com muito rigor quanto ao tempo de alguns oradores inscritos.
A esquerda partidária reclamou que ela estava favorecendo o Campo Majoritário. O baiano Jorge Almeida foi direto:
-Estou cronometrando também e vejo que a senhora é rigorosa conosco, como aconteceu comigo e com Chico Alencar, e generosa com os seus, que falam sempre mais de cinco minutos.
A ex-prefeita não deu ouvidos e continuou a cobrar o fim da fala do orador seguinte, o sociólogo Léo Lince, apoiador de Plínio de Arruda Sampaio:
-Seu tempo acabou, Léo. Encerre!
O carioca Lince brincou:
-Vejo que o relógio da Marta está apaixonado por mim, pois bate mais acelerado quando estou na tribuna.

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