Discurso na convenção que homologará amanhã nome de tucano para a corrida presidencial deve ter crítica à política econômica

Tucanos querem aproveitar encontro para oferecer propostas mais concretas que apresentem Alckmin como alternativa a petista

CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL BELO HORIZONTE

Cobrado pelo próprio partido e por setores da sociedade, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, deverá fazer um discurso de crítica à política econômica amanhã, na convenção que homologará seu nome para a corrida presidencial.
A idéia do tucanato é que Alckmin ofereça propostas concretas que o apresentem como alternativa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou, como traduz de seus interlocutores, "mostrar por que quer ser candidato ao Planalto".
Em suas conversas, Alckmin tem adiantado o teor do discurso. Segundo o anfitrião da convenção, o governador de Minas, Aécio Neves, "é o momento de Geraldo apresentar um discurso firme, sobretudo na questão econômica".
Um dos articuladores da candidatura de Alckmin, o deputado federal Júlio Semeghini admite que, em suas atividades, o ex-governador tem sido questionado sobre suas propostas. "Ele vai clarear alguns pontos. Está cada vez maior essa cobrança", admitiu Semeghini.
Para o governador do Ceará, Lúcio Alcântara, "encerrados os desentendimentos, é a hora de construção do discurso".
Para os aliados de Aécio, a convenção colocará um ponto final nos rumores de que não estaria suficientemente dedicado à campanha de Alckmin.
Ontem, em reunião com candidatos a deputado pelo PSDB, o presidente estadual do partido, Nárcio Rodrigues, os encorajou a defender o tucano: "Temos que ajudar Geraldo Alckmin porque eles também vão ter que nos ajudar. Daqui a quatro anos, vamos apresentar a conta", disse Nárcio.
Para ilustrar sua boa vontade, Aécio antecipou a data da convenção em Minas, planejada para o fim do mês. Também foi produzido cenário especial para o discurso de Aécio, com a imagem dos dois candidatos e a inscrição: "Alckmin e Aécio. Por Minas e pelo Brasil".
Segundo Nárcio, é uma resposta aos que exigem de Aécio hostilidade a Lula. "Defender Alckmin não é ter um comportamento hostil com o adversário. Não brigamos nem por nós. Vamos brigar pelos outros?".
Para Aécio, a convenção será a hora de zerar "a agenda de problemas internos". O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito José Serra também discursarão.


Texto Anterior: FHC diz a rádio de Nova York que duvida que Lula goste de música clássica
Próximo Texto: Frase
Índice