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RUMO A 2006
Aliados de Alckmin querem aproveitar programa do PSDB para alavancar candidatura, mas enfrentam resistências
Vitrine na TV revela divisões entre tucanos
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 60 minutos na televisão destinados ao PSDB estão causando
alvoroço em ninho tucano. Enquanto os defensores da candidatura de Geraldo Alckmin pregam
a superexposição do governador
de São Paulo, outros propõem a
pulverização do tempo entre potenciais candidatos à Presidência
da República.
A partir de 30 de maio, vão ao ar
80 inserções de 30 segundos cada
uma. Um programa de 20 minutos será exibido em cadeia nacional no dia 15 de junho. Seu formato já é objeto de discussão há pelo
menos 15 dias. Os mais ferrenhos
adeptos da candidatura Alckmin
citam o exemplo do prefeito do
Rio, Cesar Maia, estrela do programa do PFL, para alegar que o
partido não pode perder a oportunidade de dar visibilidade nacional a Alckmin. Nas discussões,
eles alertam para o risco de Maia
decolar, consolidando-se como a
alternativa de oposição.
"Não podemos desperdiçar essa
chance. Não tem sentido. Veja o
que aconteceu com o Cesar
Maia", argumenta o líder do governo de São Paulo na Assembléia, Edson Aparecido.
Mais afinado com o prefeito de
São Paulo, José Serra, o líder do
PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), discorda. Para ele, ao
menos quatro nomes devem ter
destaque: Alckmin, Serra, o governador de Minas, Aécio Neves,
e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Só poderíamos
ficar num nome se o partido tivesse definido um candidato."
Goldman minimiza o aumento
da popularidade de Maia. "Até o
prefeito de São João de Paudalho,
se for bom comunicador, cresce
com tanta exposição."
Embora tucanos com o ex-governador Dante Oliveira (MT) insistam -"Temos que centrar no
Alckmin e ponto. Esse não é o
momento do Aécio"-, o deputado Jutahy Magalhães (BA) afirma
que esse não é o desejo do partido.
"Naquele jantar [em 15 de março], o Aécio foi enfático ao dizer
que não devemos decidir nada
agora. Pergunte ao Aécio se ele
concorda com isso [a concentração dos holofotes em Alckmin].
Pergunte ao Tasso, ao FHC."
Segundo tucanos, nem Alckmin
tem reivindicado exclusividade
no programa. Para não ser o único alvo do PT, sugere que ele e Aécio sejam os contemplados com
espaço. O chefe da Casa Civil, Arnaldo Madeira, confirma. "Ainda
estamos discutindo o modelo.
Mas o caminho pode ser centrar o
programa em Alckmin e Aécio."
Herança
Não é tão simples assim. Apesar
de já ter avisado a interlocutores
que pretende ficar na prefeitura
até o fim do mandato, Serra incentiva sua exposição. Na quarta-feira, ao sair de um jantar com 40
deputados em Brasília, disse ao
secretário-geral do partido, Bismarck Maia (CE), que vai procurá-lo para falar sobre o programa.
A intenção dele é mostrar o estado em que recebeu de Marta Suplicy (PT) a prefeitura. "Isso, sim,
é herança maldita", diz Bismarck.
Apesar do intenso debate interno, só depois de uma ampla pesquisa de opinião o PSDB deverá
traçar a linha de seu programa
partidário. O partido contratou o
instituto Olsen para a realização
de uma pesquisa quantitativa,
com 4.000 pessoas em todo o país.
Outros 18 grupos participarão de
uma pesquisa qualitativa.
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