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REFORMA MINISTERIAL
Ex-aliado de Collor assume cargo na cota do PMDB
FHC cria pasta para o PFL; Calheiros vai para Justiça
MARTA SALOMON
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
A nove meses
de completar
seu mandato, o
presidente Fernando Henrique Cardoso
criou ontem um
novo ministério
extraordinário -o da Reforma
Institucional- para compensar o
PFL na reforma ministerial. O
maior partido de sustentação do
governo reclamava da indicação
do senador tucano José Serra como ministro forte para a Saúde.
Além de criar a nova pasta, FHC
confirmou oficialmente os nomes
de três novos ministros, todos eles
senadores. O peemedebista Renan
Calheiros (AL) vai para a Justiça,
Waldeck Ornélas (PFL-BA) vai
para a Previdência Social e Freitas
Neto (PFL-PI) será o novo ministro da Reforma Institucional. Eles
tomarão posse na segunda-feira.
Renan Calheiros foi um dos
principais aliados do ex-presidente Fernando Collor de Mello (leia
texto ao lado).
Hoje, o presidente deve selar a
transferência do petebista Arlindo
Porto para o Ministério do Trabalho. Sua vaga na Agricultura será
preenchida por Francisco Turra,
do PPB, ex-presidente da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento). Com isso, estará concluída a reforma ministerial e definida a equipe que governará até
dezembro.
O ministro Edson Arantes do
Nascimento, o Pelé, acertou sua
saída para o próximo dia 15. O Ministério Extraordinário dos Esportes será extinto e suas funções voltarão ao Ministério da Educação.
FHC se comprometeu com dirigentes pefelistas a reabrir a negociação para o rateio do poder na
Esplanada logo depois das eleições. A cota de cada partido dependerá das urnas.
O novo ministro da Reforma
Institucional terá muito pouco
além de um gabinete próximo ao
de FHC. Ele herdará a sala do
ex-ministro Luiz Carlos Santos,
mas não terá mais a função de articulador político do governo.
Teoricamente, o piauiense Freitas Neto se encarregará de "promover o fortalecimento da Federação nas áreas fiscal e tributária".
A pouco tempo do início da
campanha eleitoral, que tradicionalmente esvazia o Congresso, o
ministro também recebeu a tarefa
de coordenar as reformas eleitoral
e partidária, além de "facilitar" o
acesso do cidadão à Justiça.
Padrinho da indicação, o líder
do PFL no Senado, Hugo Napoleão (PI), comemorava. "Será um
ministério forte", disse.
O arranjo que deu ao PFL mais
um ministério acabou irritando
uma ala do partido. Se dependesse
do líder na Câmara, Inocêncio
Oliveira (PE), o PFL deveria recusar a nova pasta. A amigos, ele
classificou de "ridículo" o novo
ministério.
Segundo Hugo Napoleão, FHC
chegou a oferecer o Ministério do
Trabalho ao partido. A oferta, recusada, acabou estimulando o
PTB a aceitar a transferência de
Arlindo Porto para a vaga.
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