PAULO SANTOS LIMA
especial para a Folha

Quem pensa que Ingmar Bergman é sinônimo de cinema não está errado. Mas nunca inteiramente certo. Há tempos ele deixou de vez o cinema para se dedicar ao teatro, fonte nada desprezível em sua obra.
Não seria por menos que a Sala Cinemateca promoveria a exibição de "Depois do Ensaio" (84), às 20h30, no ciclo "Teatro, Cinema e Psicanálise".
Após a sessão, o crítico de teatro Jefferson Del Rios e o presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Luiz Carlos Uchôa Junqueira Filho, comentam a teatralização do cinema do diretor.
Falar do documentário "Depois do Ensaio" é falar de toda a obra de Bergman, que soube utilizar o melhor do cinema para trabalhar o psicologismo que só alguns personagens saídos da dramaturgia poderiam expor.
O filme de hoje fala sobre a relação entre um diretor de teatro e sua atriz. Se você suspeitou de algum aspecto autobiográfico, está certo. Bergman se envolveu com a atriz Liv Ullmann, por trás dos "panos" dos sets de filmagens.
Dizem que o cinema é mais "realista" que o teatro. Aqui, Bergman quis mostrar que o cinema é tão figurativo quanto a arte cênica, sem pendular para nenhum lado. Não poderia haver escolha melhor da Cinemateca para fechar o ciclo que discutiu, desde maio, cinema, teatro e psicanálise.


Filme: Depois do Ensaio Onde: Sala Cinemateca (lgo. Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, tel. 5084-2177) Quando: hoje, às 20h30 Quanto: R$ 10

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