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CIDADANIA
Sessão de "A Negação do Brasil" no Capão inaugura proposta de ONGs de fazer debate cívico por meio de filmes
Cinema é pretexto para discutir direitos
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta tem nome imponente -Direitos Humanos na
Tela-, é sustentada por cinco organizações -institutos Sou da
Paz e Imagem Viva, Consórcio
Universitário pelos Direitos Humanos, Ilanud (órgão da ONU) e
Cidade Escola Aprendiz- e terá
não uma, mas duas aberturas.
A primeira ocorre hoje, com a
exibição do documentário em
longa-metragem "A Negação do
Brasil", de Joel Zito Araújo, na escola estadual Presidente Café Filho, no Capão Redondo. Na terça,
nova sessão do mesmo filme, no
cine Vitrine, também terá status
de inauguração, ao menos do
ponto de vista dos organizadores.
Mas o movimento que propõe a
ampliação do debate sobre direitos humanos com impulso do cinema resume-se, por enquanto,
ao pontapé inicial. "Temos a idéia
de promover uma sessão itinerante por mês e de organizar um
festival no fim do ano. Mas não há
nada acertado por enquanto. Estamos no momento de alavancar
apoios e recursos", diz José Marcelo Zacchi, 25, diretor de projetos do instituto Sou da Paz.
"A Negação do Brasil", filme
vencedor da competição nacional
do 6� Festival É Tudo Verdade,
realizado no último mês de abril,
trata da imagem do negro na telenovela brasileira. Zacchi diz que a
temática racial é uma das pertinentes ao objetivo central da iniciativa Direitos Humanos na Tela:
"Queremos propor um debate
menos estigmatizado sobre direitos humanos. Há uma visão distorcida de que a defesa dessa bandeira é levantada só em favor de
bandidos, quando, na verdade,
todas as camadas da população
são atingidas pela necessidade de
defesa dos direitos humanos".
Como símbolo da abrangência
almejada e "dos valores da tolerância e da convivência", o movimento optou por promover suas
sessões inaugurais no Capão Redondo -"uma região de exclusão social e violência, mas também de intensa mobilização social", segundo Zacchi, e no Vitrine, "endereço associado à elite".
Coquetel e debate com o autor
do filme e Oscar Vilhena, representante do Ilanud; Kall, da associação comunitária Posse Conceitos de Rua, do Capão; Maria Aparecida da Silva, representante da
organização Geledés/Geração 21,
estão programados para o Vitrine. Hoje, no Capão, a platéia será
convidada a discutir o assunto
com o cineasta.
A NEGAÇÃO DO BRASIL - Brasil, 2001.
Direção: Joel Zito Araújo. Onde: escola
estadual Presidente Café Filho (r. Gastão
Raul de Fourton Bousquet, 401, Jardim
Ipê, Capão Redondo), hoje, às 18h, e cine
Vitrine (r. Augusta, 2.530, Jardins, tel.
3085-7684), terça, às 20h.
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