S�o Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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``Oito e Meio" de Fellini � obra-prima do metacinema

JOS� GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A mente em ebuli��o de um cineasta �s v�speras de fazer um filme � o verdadeiro cen�rio de ``Oito e Meio" (1962), de Fellini, programado para hoje no ciclo ``Os Filmes do S�culo", promovido pela Folha em parceria com a Cinemateca Brasileira.
Guido (Marcello Mastroianni), o cineasta em crise, �, evidentemente, um ``alter ego" de Federico Fellini, que havia realizado at� ent�o sete longas-metragens e um epis�dio de filme coletivo (da� o ``n�o-t�tulo" ``Oito e Meio").
Durante o filme, as mem�rias e fantasias de Guido convivem com a aporrinha��o cotidiana de uma produ��o de cinema.
Produtores tacanhos, ``starlets" hist�ricas, diretores de arte afetados, esposa tir�nica e amantes idem desfilam pela tela, ao som de Wagner, can�onetas italianas e marchas de circo.
Depois de ``A Doce Vida", realizado dois anos antes, Fellini rompe de vez com os c�nones do neo-realismo, fazendo do cinema uma arte audiovisual total, em que se fundem documento e fic��o, figurativo e abstrato, fundo e figura.
Se at� ent�o seus filmes eram em suma ``sobre" alguma coisa, com ``Oito e Meio" eles passam a ser ``a pr�pria coisa".
Considerado uma das mais pessoais aventuras metacinematogr�ficas j� empreendidas, ``Oito e Meio" costuma dividir as opini�es do p�blico, mas os cineastas costumam admir�-lo, agradecidos.

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