S�o Paulo, s�bado, 4 de junho de 1994
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Welles descobre o Brasil em "It's All True"

JOS� GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Filme: Tudo � Verdade (It's All True)
Dire��o: Richard Wilson, Myron Meisel e Bill Krohn, com base no filme inacabado de Orson Welles
Quando: pr�-estr�ia na pr�xima ter�a-feira no Espa�o Banco Nacional de Cinema (r. Augusta, 1.475, regi�o central)
Convites: podem ser retirados a partir das 9h da ter�a-feira na portaria da Folha (al. Bar�o de Limeira, 425).

"Tudo � Verdade" (It's All True), document�rio que recupera parte do filme inacabado dirigido por Orson Welles no Brasil em 1942, ter� pr�-estr�ia em S�o Paulo na pr�xima ter�a-feira, em sess�o patrocinada pela Folha.
O projeto inicial de Welles inclu�a tr�s segmentos ou epis�dios: "Carnaval", rodado em tecnicolor no Rio de Janeiro; "My Friend Bonito", filmado no M�xico; e "Quatro Homens em uma Jangada", que reconstitu�a a viagem de quatro jangadeiros de Fortaleza � ba�a da Guanabara.
O filme foi interrompido bruscamente quando Welles foi chamado de volta aos EUA pelos produtores, sob o pretexto de que estava desperdi�ando dinheiro e material.
"It's All True" foi considerado desde ent�o um filme perdido, at� que, em 1985, os negativos de "Quatro Homens e uma Jangada" foram descobertos num dep�sito da Paramount e cuidadosamente recuperados gra�as � colabora��o de institui��es de diversos pa�ses.
Com a ajuda de Richard Wilson, remanescente da equipe original de Orson Welles, o filme foi montado do modo mais pr�ximo poss�vel �s inten��es do diretor.
O document�rio inclui essa vers�o praticamente integral de "Quatro Homens e uma Jangada" e trechos dos outros segmentos, filmados no Rio e no M�xico.
Al�m disso, traz depoimentos do pr�prio Welles e de pessoas que participaram do projeto �de jangadeiros ao ator Grande Otelo.
O valor das imagens captadas por Welles no Brasil � inestim�vel.
Encomendado como mais um produto da pol�tica de aproxima��o entre as Am�ricas durante a guerra, o filme se tornou uma das maiores obras-primas inacabadas do cinema, ao lado de "Que Viva M�xico!", de Eisenstein, com o qual guarda semelhan�as de estilo.
Suas filmagens foram conturbadas. Al�m das acusa��es de desperd�cio que pesaram sobre o diretor, as imagens de favelas que ele rodou no Rio n�o agradaram os produtores e o governo americano, que queriam um filme pitoresco.
A situa��o se agravou com a morte acidental de um dos jangadeiros durante a reconstitui��o de sua chegada ao Rio.
O diretor foi chamado de volta aos EUA, mas conseguiu permiss�o para concluir o segmento no Cear�, com uma equipe de cinco pessoas e poucas latas de filme em preto-e-branco. (JGC)

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