S�o Paulo, segunda-feira, 9 de maio de 1994
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Negros entram no Parlamento

DAS AG�NCIAS INTERNACIONAIS

Os primeiros parlamentares negros da �frica do Sul entraram emocionados ontem no Parlamento do pa�s, ap�s 342 anos de domina��o branca.
Ele choraram e cantaram um hino de resist�ncia ao apartheid, o regime de segrega��o racial, que foi criado naquela casa.
"Chegamos", disse Walter Sisulu, de 82 anos, que foi companheiro de cela de Nelson Mandela, l�der do Congresso Nacional Africano (CNA) e futuro presidente.
Sisulu, o mais velho membro do novo Parlamento, sentou no banco onde sentara Hendrik Verwoerd, arquiteto do regime do apartheid.
"Foi muito comovente, inesquec�vel", disse Ronnie Kasrils, um antigo l�der guerrilheiro.
O CNA conseguiu 252 cadeiras no Parlamento, enquanto o Partido Nacional, do atual presidente Frederik de Klerk, obteve 82 cadeiras.
A primeira sess�o do Parlamento da �frica do Sul est� programada para hoje, �s 10h (5h de Bras�lia).
Nelson Mandela deve ser eleito presidente do pa�s.
O presidente do Parlamento tamb�m deve ser eleito. Espera-se que seja Frene Ginwala, a primeira mulher a ocupar o cargo.
Mbeki afirmou que o cargo de vice-presidente do Parlamento pode ser oferecido tanto para o Partido Nacional como para o Partido da Liberdade Inkatha, ambos partes do governo de uni�o nacional liderado pelo CNA.
Mandela deve fazer um pronunciamento ao pa�s em cadeia de televis�o �s 12h30 (9h30 em Bras�lia), ap�s sua elei��o formal como primeiro presidente negro da �frica do Sul.
Sua cerim�nia de posse est� programada para amanh� em Pret�ria, a capital administrativa.
O antigo guerrilheiro Kasrils elogiou De Klerk por ter acabado, em 1990, com o regime do apartheid e por ter legalizado o CNA �que esteve envolvido em combates de guerrilha contra a domina��o branca.
"Ele � um homem muito corajoso", disse. "Admiro o senhor De Klerk."
Kasrils tamb�m fez refer�ncias a Oliver Tambo, do CNA, morto no ano passado, e a Chris Hani, assassinado por direitistas.
"Na urna (...), eles estavam comigo", disse.

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