S�o Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994 |
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Raimundos trazem hardcore ao Palace
ANA BEATRIZ BRISOLA
A Little Quail and The Mad Birds, tamb�m de Bras�lia, abre a noite com seu rock de garagem influenciado por punk rock e rockabilly. No show, os Raimundos tocam todas as m�sicas de seu disco, lan�ado em maio pelo selo Banguela, dos Tit�s, incluindo os hits ``Puteiro em Jo�o Pessoa", ``N�ga Jurema" e ``Selim". Tocam tamb�m as novas composi��es ``Pitando no Komb�o", ``Esporrei na Manivela" e ``Sereia da Pedreira", que entrar�o no seu pr�ximo trabalho. O disco que est� no mercado j� vendeu por volta de 50 mil c�pias, sendo que 85% em CD. Um resultado surpreendente para um conjunto estreante, ainda mais com o perfil underground dos Raimundos. Mas esse sucesso todo no circuito comercial, segundo eles, se deve ao fato de que o ``mainstream" acordou para o estilo alternativo. ``O tempero do regional ajuda muito tamb�m", diz o vocalista Rodolfo, 22. ``Quando fizemos show no Nordeste teve gente que foi de uma capital para outra para nos ver." Raimundos �, ent�o, um power trio com um pitada de tri�ngulo em aqui, uma levada de bai�o ali e o hardcore em primeiro plano. Forrocore e pauleira Depois de passar algum tempo classificando didaticamente seu som como um ``forrocore" (uma fus�o de forr� e hardcore), eles decidiram abandonar o estigma. ``Esse termo acabou complicando porque criava uma expectativa, as pessoas ficavam achando que a gente iria usar temas de forr� e misturar com rock, s� que n�o � isso. O neg�cio � pauleira mesmo", diz Canisso, 28, baixista. Utilizando a baixaria, tanto no teor das letras quanto na hora de definir o pr�prio tipo de som, Dig�o, 23, guitarrista, explica a t�nica dos Raimundos: ``A melodia � do rock pauleira, mas as letras, o c�ntico, � brasileiro." Na base das influ�ncias est� o som mais pesado, como Dead Kennedys, Suicidal Tendences e Ramones. No tempero, o forr�, o bai�o e o xaxado, com influ�ncias, entre outras, do sanfoneiro pernambucano Zenilton, que, segundo Dig�o, ``� o cara mais punk do forr�". Palavr�o educativo ``O palavr�o aparece de uma maneira natural nas nossas m�sicas", afirma Fred, 22, baterista. ``N�o � nada que as pessoas n�o digam ou n�o saibam". Al�m disso, eles acreditam que existe uma fun��o educativa em usar termos como �nus ou vagina, para que as pessoas que por ventura n�o saibam o que significam tomem conhecimento. � ao mesmo tempo uma ironia, um uso da linguagem chula frequente no coloquial e uma forma de tornar a baixaria educativa, resumem. Quanto ao fato de levar todo esse universo para o Palace, acham que ``pode n�o se tratar propriamente de uma casa de rock, mas quem faz o show � a plat�ia." Texto Anterior: Engajamento expl�cito transforma `A Peste' em libelo contra injusti�a Pr�ximo Texto: Kyu Shu revela talento de dois nisseis �ndice |
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