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LIVRO
De uma maneira divertida, saiba a história desses jogos de palavras e por que eles atravessaram gerações Parlendas desafiam a imaginação LUCIANA ARAUJO DA REDAÇÃO "Uni duni tê, salamê mingüê, um sorvete colorê...". Um menino americano divertindo-se muito, mas sem entender nada, resolve perguntar a uma brasileira: "o que significa "unidunitê'?". E quem disse que ela tinha a resposta? Pois é, crianças de todos os cantos do Brasil cantam esses versinhos, mas quem sabe o que significa? Ninguém, e nem é para responder. É o que conta Heloisa Prieto no livro "O Jogo da Parlenda" (Companhia das Letrinhas; R$ 19,50). Segundo a autora, o nome dado a essas rimas é parlenda. Curiosamente a palavra não vem de lenda, mas dos termos "parlar" ou "parlengar", que significam "tagarelar". Tudo isso para significar nada ou "um palavreado vazio". Por isso que ninguém sabe. Nas parlendas o sentido não importa. O que conta mais é seu jeitinho doido, repetido de geração a geração. Quem criou as parlendas? É outro mistério tratado por Prieto. Poetas anônimos, avós, ela suspeita. Não sabemos quem foram, mas sabemos que tinham muito senso de humor. Tanta graça pode ser conferida nas parlendas que a escritora reúne nas páginas ilustradas por Spacca, compondo uma história maluca com pé e cabeça, entre outras partes do corpo. Algumas parlendas tocam o coração: "Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão". Outras dão nó na cabeça: "Eu estou fazendo papa! Para quem? Para João manco. Quem o mancou?" E há ainda aquelas que travam a língua: "É porque a aranha arranha a jarra, a jarra arranha a aranha". E todas ficam cravadas na memória dos anos da infância, aqueles que são contados nos dedos da mão. Agora que deu para entender a "lógica" do uni duni tê, o escolhido foi você para compor sua própria parlenda. A receita completa é simples e também está no livro. Só não vale esquecer o principal: "uma pitada de maluquice, um toque de humor e uma grande dose de imaginação". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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