Tio Paulinho não está na escalação que o técnico Tite anunciou esta semana para a seleção que jogará a Copa do Mundo no Qatar. Descuido de Tite, porque, segundo Helena, 7 anos, moradora de São Caetano do Sul, Tio Paulinho é um excelente meio campista.
Helena, que pretende assistir aos jogos do Brasil com seus amigos na escola, ficou feliz em ver Neymar na lista que Tite montou na segunda-feira (7), e acha que o Brasil tem grandes chances de levar a taça, porque já foi campeão muitas vezes. "E a Itália não está na Copa!", completa.
A seleção dos sonhos dela inclui, além de Neymar, Thiago Silva na zaga, Renato Augusto no meio-campo e Karim Benzema. Cristiano Ronaldo também garantiu seu lugar na escalação de Helena porque ela curte o jeito que ele comemora seus gols.
"Tem o Ronaldo Fenômeno, porque ele é muito bom em driblar as pessoas, e o Pelé, porque ele já fez mais de mil gols", continua. Para arrematar, junto do seu Tio Paulinho vêm seus amigos Pedro, do colégio, que na opinião de Helena é muito bom goleiro, e "Enzo Perpétua, que foi campeão da copinha da escola".
Falta um jogador, certo? "E eu, porque eu adoraria jogar uma Copa do Mundo", finaliza.
O Guilherme, que tem 10 anos e mora em São Paulo, colocou Rogério Ceni no gol da sua seleção dos sonhos, e Marquinhos e Éder Militão na zaga. Nas laterais, Roberto Carlos e Maicon, e Casemiro de volante.
"O meia direita é o Ronaldinho Gaúcho, o meia esquerda é o Pelé, de atacante o Ronaldo, o Neymar e o Vinícius Júnior", lista. "E o campeão vai ser o Brasil, porque tem jogadores muito bons esse ano."
"O conselho que eu dou para quem foi convocado é não ficar festejando muito, não", diz Raí, que jogou 51 partidas pela seleção brasileira e também foi capitão do time. "Tem que se preparar, se alimentar bem, ficar focado no seu objetivo, não dormir muito tarde, não sair muito", enumera.
"Podem se divertir, mas perto do jogo é necessário muito foco e comprometimento", concorda Walter Casagrande, convocado para a Copa do Mundo de 1986.
"Toda convocação para uma Copa do Mundo, por mais experiência que você tenha, dá um friozinho na barriga, e foi isso que senti", lembra Casagrande. "Eu estava na estrada levando minha ex-mulher, que estava grávida, para a casa dos pais dela em Santos. Ouvi a convocação pelo rádio."
Naquela época, ele torceu para alguns amigos também serem chamados, como Renato Gaúcho e Éder. "Fiquei feliz por todos, mas a minha felicidade foi maior pela presença do Sócrates, porque ele sempre foi muito especial para mim. Era muito mais que um amigo, companheiro de luta."
Raí, irmão de Sócrates, ao ser convocado pela primeira vez sentiu que realizava um sonho de criança. "Eu pegava a roupa de treino do Brasil, botava a camisa na frente do espelho e ficava tentando acreditar, super orgulhoso. Parecia impossível, e aconteceu."
Para Casagrande, também havia muita emoção envolvida na convocação. "Participar de uma Copa, naquela época, era uma coisa mágica, porque a grande maioria dos jogadores jogava no Brasil. A gente só cruzava com os grandes jogadores do mundo em amistoso e copa. A energia é fantástica!".
Ele e Raí têm na memória os pênaltis como os momentos mais tensos no torneio. E, para descontrair, eles contavam com os amigos. Casão diz que estava sempre envolvido na bagunça, "aprontando". Raí dava risada das piadas de Ricardo Rocha, o "contador de histórias".
"O momento mais emocionante foi quando a gente ganhou e voltou", conta Raí. "Estávamos no avião, a gente foi recebido como se fosse heróis de guerra. Quando descemos em Recife, vimos a cidade inteira esperando pra comemorar com a gente, como se fosse um carnaval."
TODO MUNDO LÊ JUNTO
Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança
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