Reuters
21/02/2002 - 14h09

"Horm�nio da obesidade" pode tratar dist�rbios metab�licos

da Reuters, em Nova York

Uma terapia com leptina, o chamado horm�nio da obesidade, pode ajudar pessoas que sofrem de um dist�rbio raro caracterizado pela perda de tecido adiposo e tamb�m os portadores de outras doen�as metab�licas, sugeriu um novo estudo.

Os resultados do trabalho fornecem base para a pesquisa sobre a influ�ncia da leptina em problemas metab�licos comuns, como a diabete tipo 2, informou a coordenadora do estudo.

A equipe de Elif Arioglu Oral verificou que uma vers�o modificada em laborat�rio da leptina, subst�ncia normalmente produzida pelas c�lulas adiposas, melhorou v�rios dist�rbios metab�licos em nove mulheres com lipodistrofia. Essas pacientes tinham pouco ou nenhum tecido adiposo em consequ�ncia de problemas gen�ticos ou da a��o anormal do sistema imunol�gico sobre o tecido do pr�prio corpo.

Essa doen�a se caracteriza pelos baixos n�veis de leptina e pelas altas taxas de gorduras chamadas de triglicer�dios no sangue. Al�m disso, ela tamb�m provoca resist�ncia � insulina -horm�nio que regula quantidade de a��car no sangue- e diabete. A diabete ocorre quando o organismo perde a sensibilidade � insulina e os n�veis de a��car aumentam sem controle.

Essa forma rara de distrofia � tratada com uma combina��o de insulina e de outras drogas contra diabete, al�m de agentes que reduzem a taxa de colesterol.

No trabalho, a equipe de cientistas verificou que uma terapia de quatro meses com inje��es da leptina modificada aumentou os n�veis sangu�neos do horm�nio, reduziu os de triglicer�dios e melhorou a taxa de a��car no sangue. Durante o tratamento, as pacientes conseguiram interromper ou abandonar a medica��o contra a diabete, segundo resultados publicados na edi��o de 21 de fevereiro do "New England Journal of Medicine".

O tratamento "realmente teve um grande impacto sobre a qualidade de vida dessas pessoas", disse Oral, que trabalhava no Instituto Nacional de Diabete e de Doen�as Renais e Digestivas, em Bethesda (Maryland), quando realizou o estudo. Atualmente, a pesquisadora atua na Universidade de Michigan, em Ann Arbor.

Al�m da melhora do dist�rbio, a pesquisa tamb�m indicou a import�ncia da gordura corporal e dos n�veis de leptina na manuten��o de um metabolismo normal, disse Oral. Especificamente, n�veis adequados de leptina parecem necess�rios para uma sensibilidade normal � insulina.

Esse seria um adendo � j� reconhecida fun��o do horm�nio de auxiliar a regula��o do apetite. A leptina tem sido chamada de horm�nio da obesidade -e, por isso, vem sendo estudada nesse contexto- porque seus n�veis aumentam proporcionalmente � quantidade de gordura corporal. Os obesos s�o considerados resistentes ao horm�nio.

Estudos com animais sugeriram que a falta de leptina pode estar envolvida no desenvolvimento da resist�ncia � insulina, mas essa � a primeira evid�ncia encontrada em humanos, informou a autora.

Para Oral, as pesquisas futuras deveriam avaliar como os n�veis de leptina podem interferir na diabete tipo 2, forma comum da doen�a que est� bastante associada � obesidade e que � precedida pelo desenvolvimento de resist�ncia � insulina.

O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Sa�de dos Estados Unidos e pela Amgen, empresa farmac�utica da Calif�rnia que forneceu a leptina.

 

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