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23/11/2005
-
11h36
da Ansa, em Cabul
A rebeli�o das jovens mulheres afeg�s contra casamentos arranjados � t�o violenta quanto o abuso que elas sofrem. Elas preferem colocar fogo em seus pr�prios corpos a se casarem com homens 30 ou 40 anos mais velhos. Nas Prov�ncias de Herat e Farah, as organiza��es humanit�rias internacionais falam de dezenas e, at� mesmo, de centenas de casos.
O que mais surpreende � que o suic�dio das mulheres como ato extremo de ren�ncia seja registrado pelos m�dicos apenas na capital do Afeganist�o, Cabul, onde, a partir do pr�ximo dia 19, ficar� a sede do primeiro Parlamento eleito pelo voto livre, incluindo o das mulheres, depois de 30 anos de guerra.
O hospital Esteqlal de Cabul possui 165 leitos e foi recentemente reformado. No setor de queimados h� uma mulher completamente coberta por ataduras. Um sud�rio de gaze lhe cobre o rosto, os p�s e as m�os. Por isso, foi obrigada a ficar com a burca levantada. Do lado dela est� a irm�, segundo a qual o desastre foi um simples acidente dom�stico, quando uma chama devastadora saiu da lamparina de querosene.
Os m�dicos dizem que nesse caso a hist�ria � verdadeira. Por�m, no hospital de Cabul n�o faltam jovens mulheres que se recuperam de queimaduras.
"No come�o, todas falam de um incidente em casa", conta o m�dico Paolo Chiodini, que faz parte de uma miss�o de coopera��o italiana. "Em seguida, por�m, � medida que passam a confiar nos m�dicos, admitem que atearam fogo em si mesmas para acabarem de vez com as viol�ncias que sofrem dentro de casa", acrescenta.
Preocupa��o
Elas t�m entre 15 e 19 anos. Este � um fen�meno que acontece h� d�cadas no Afeganist�o. Agora, por�m, h� uma comunidade internacional que se preocupa com o fen�meno e denuncia.
Nas movimentadas ruas de Cabul pode-se ver ainda muitas mulheres cobertas da cabe�a aos p�s pela burca.
Apesar de ter aumentado o n�mero de mulheres e crian�as que freq�entam a escola e de a Constitui��o que entrou em vigor depois da queda dos talebans [grupo extremista isl�mico deposto por uma coaliz�o liderada pelos EUA no final de 2001] reconhecer a igualdade de direitos entre homens e mulheres, em muitas Prov�ncias do Afeganist�o as condi��es delas n�o s�o muito diferentes das do passado.
A maior parte do territ�rio afeg�o est� ainda sob controle dos senhores da guerra, fundamentalistas e mis�ginos como os talebans.
Casamentos for�ados, fam�lias que vendem as filhas para pagar d�vidas, mulheres sistematicamente espancadas ou que s�o cedidas como ressarcimento por crimes cometidos por algum homem de sua fam�lia ainda fazem parte do cotidiano afeg�o, j� que a Justi�a ainda � administrada pelo Conselho de anci�es e segundo as normas de cl�s locais.
Depois da queda dos talebans fi�is ao mullah Mohamad Omar, no fim de 2001, as mulheres receberam a promessa da liberdade. Mas ainda falta muito para alcan��-la. A falta de direito faz com que sejam sempre muitas as jovens prontas a se atearem fogo.
Especial
Leia o que j� foi publicado sobre o Afeganist�o
Afeg�s ateiam fogo em si mesmas contra casamentos for�ados
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A rebeli�o das jovens mulheres afeg�s contra casamentos arranjados � t�o violenta quanto o abuso que elas sofrem. Elas preferem colocar fogo em seus pr�prios corpos a se casarem com homens 30 ou 40 anos mais velhos. Nas Prov�ncias de Herat e Farah, as organiza��es humanit�rias internacionais falam de dezenas e, at� mesmo, de centenas de casos.
O que mais surpreende � que o suic�dio das mulheres como ato extremo de ren�ncia seja registrado pelos m�dicos apenas na capital do Afeganist�o, Cabul, onde, a partir do pr�ximo dia 19, ficar� a sede do primeiro Parlamento eleito pelo voto livre, incluindo o das mulheres, depois de 30 anos de guerra.
O hospital Esteqlal de Cabul possui 165 leitos e foi recentemente reformado. No setor de queimados h� uma mulher completamente coberta por ataduras. Um sud�rio de gaze lhe cobre o rosto, os p�s e as m�os. Por isso, foi obrigada a ficar com a burca levantada. Do lado dela est� a irm�, segundo a qual o desastre foi um simples acidente dom�stico, quando uma chama devastadora saiu da lamparina de querosene.
Os m�dicos dizem que nesse caso a hist�ria � verdadeira. Por�m, no hospital de Cabul n�o faltam jovens mulheres que se recuperam de queimaduras.
"No come�o, todas falam de um incidente em casa", conta o m�dico Paolo Chiodini, que faz parte de uma miss�o de coopera��o italiana. "Em seguida, por�m, � medida que passam a confiar nos m�dicos, admitem que atearam fogo em si mesmas para acabarem de vez com as viol�ncias que sofrem dentro de casa", acrescenta.
Preocupa��o
Elas t�m entre 15 e 19 anos. Este � um fen�meno que acontece h� d�cadas no Afeganist�o. Agora, por�m, h� uma comunidade internacional que se preocupa com o fen�meno e denuncia.
Nas movimentadas ruas de Cabul pode-se ver ainda muitas mulheres cobertas da cabe�a aos p�s pela burca.
Apesar de ter aumentado o n�mero de mulheres e crian�as que freq�entam a escola e de a Constitui��o que entrou em vigor depois da queda dos talebans [grupo extremista isl�mico deposto por uma coaliz�o liderada pelos EUA no final de 2001] reconhecer a igualdade de direitos entre homens e mulheres, em muitas Prov�ncias do Afeganist�o as condi��es delas n�o s�o muito diferentes das do passado.
A maior parte do territ�rio afeg�o est� ainda sob controle dos senhores da guerra, fundamentalistas e mis�ginos como os talebans.
Casamentos for�ados, fam�lias que vendem as filhas para pagar d�vidas, mulheres sistematicamente espancadas ou que s�o cedidas como ressarcimento por crimes cometidos por algum homem de sua fam�lia ainda fazem parte do cotidiano afeg�o, j� que a Justi�a ainda � administrada pelo Conselho de anci�es e segundo as normas de cl�s locais.
Depois da queda dos talebans fi�is ao mullah Mohamad Omar, no fim de 2001, as mulheres receberam a promessa da liberdade. Mas ainda falta muito para alcan��-la. A falta de direito faz com que sejam sempre muitas as jovens prontas a se atearem fogo.
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