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Conhe�a o cristianismo, a religi�o de Jesus

CELESTINO VIVIAN
da Folha Online

O cristianismo � uma das chamadas grandes religi�es. Tem aproximadamente 1,9 bilh�o de seguidores em todo o mundo, incluindo cat�licos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.

A doutrina do cristianismo baseia-se na cren�a de que todo o ser humano � eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou ap�s sua morte. A f� crist� ensina que a vida presente � uma caminhada e que a morte � uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo, baseados na fraternidade e no amor ao pr�ximo.

Os ensinamentos est�o contidos na B�blia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.

O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Come�a com relatos da cria��o e � todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abra�o, a Mois�s e aos profetas enviaria � Terra seu pr�prio filho como Messias, o salvador.

O Novo Testamento cont�m os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais s�o os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), que s�o quatro vers�es mais ou menos semelhantes da vida de Cristo, escritas pelos ap�stolos Mateus, Marcos, Lucas e Jo�o. Tamb�m inclui os Atos dos Ap�stolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no in�cio da era crist�, com destaque para os textos de S�o Paulo) e o Apocalipse (texto at� hoje pol�mico e que narra, basicamente, como seria ao fim do mundo).

O nascimento do cristianismo se confunde com a hist�ria do imp�rio romano e com a hist�ria do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do juda�smo.

Quando Jesus Cristo nasceu, na pequena cidade de Bel�m, pr�xima a Jerusal�m, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administra��o de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias, apontado na Tor� como o enviado que os libertaria da domina��o romana.

Segundo a B�blia, at� os 30 anos Jesus viveu an�nimo em Nazar�, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusal�m e ressuscitaria tr�s dias depois. Em pouco tempo reuniu seguidores (os 12 ap�stolos) e percorreu a regi�o pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, o que lhe garantiu r�pida popularidade.

Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, por n�o seguir � risca os ensinamentos da Torah. Tamb�m n�o dava mostras de que seria o l�der que libertaria a regi�o da domina��o romana. Ele apenas pregava paz, amor ao pr�ximo. Para os romanos, era um agitador popular, que n�o reconhecia a divindade do imperador de Roma.

Ap�s ser preso e morto, a tend�ncia era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contr�rio. � justamente nesse fato que se assenta a f� crist�. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus ap�stolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor e paz. Ap�stolo quer dizer enviado.

O cristianismo firmou-se como uma religi�o de origem divina. Seu fundador era o pr�prio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da hist�ria junto com o homem. Ser crist�o, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a f� em seus ensinamentos.

Rapidamente, a doutrina crist� se espalhou pela regi�o do Mediterr�neo e chegou ao cora��o do imp�rio romano. S�o Pedro, um dos 12 ap�stolos, se tornou o primeiro bispo de Roma e o primeiro papa. A ele, Jesus teria dito: "Tu �s Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". Igreja significa reuni�o.

A difus�o do cristianismo pela Gr�cia e �sia Menor foi obra especialmente do ap�stolo Paulo, que n�o era um dos 12 e teria sido chamado para a miss�o pelo pr�prio Jesus. As comunidades crist�s se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos crist�os foram transformados em m�rtires, comidos por le�es em espet�culos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrup��o e devassid�o.

Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expans�o da doutrina por todo o imp�rio. Antes de Constantino, as reuni�es ocorriam em subterr�neos, as famosas catacumbas que at� hoje podem ser visitadas em Roma.

O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, �, como qualquer religi�o, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.

Assim, � medida que foi ganhando terreno, tamb�m enfrentou rachas -sua grande ferida viva do passado e do presente.

Desvios de percurso e situa��es hist�ricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em v�rias confiss�es (as principais s�o as dos cat�licos, protestantes e ortodoxos).

O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Biz�ncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria at� 1453 a capital do imp�rio romano do Oriente, ou Imp�rio Bizantino.

O imp�rio romano do Ocidente j� havia ca�do muito tempo antes, em 476, marcando o in�cio da Idade M�dia. E foi justamente na chamada Idade M�dia, ainda hoje um dos per�odos mais obscuros da hist�ria, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.

Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O te�logo alem�o Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a pr�tica da venda de indulg�ncias e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela f�.

Lutero � excomungado e funda a Igreja Luterana. N�o reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confiss�o obrigat�ria e o celibato dos padres e religiosos. Mas mant�m os sacramentos do batismo e da eucaristia.

Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras in�meras igrejas crist�s, cada uma com diferentes interpreta��es de passagens b�blicas ou de ensinamentos de Cristo.

Atualmente, est� em curso um movimento de reunifica��o crist�. Teve in�cio h� cerca de 40 anos, a partir do famoso Conc�lio Vaticano II (1962-1965) promovido pela Igreja Cat�lica. Cresce a percep��o de que o cristianismo precisa restabelecer sua unidade.

O chamado ecumenismo envolve o di�logo do cristianismo tamb�m com as outras grandes religi�es, como o islamismo, o juda�smo, o hindu�smo e o budismo.

O caminho ser� longo, mas a hora � a de acabar com fanatismos, que nada t�m de religioso e s�o origem de tantos males.

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