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18/07/2006
-
09h59
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Para Laranjinha e Acerola, a vida termina aos 18. A hist�ria dos personagens interpretados h� cinco anos por Darlan Cunha e Douglas Silva no cinema e na TV ter� um ponto final com o filme "Cidade dos Homens", em que atingem a maioridade.
O longa est� sendo rodado no Rio, com dire��o de Paulo Morelli, que assina o roteiro com Elena Soarez ("Eu, Tu, Eles").
"O primeiro dia do filme � o anivers�rio de 18 anos do Acerola [Silva]; e o �ltimo, o anivers�rio de 18 anos do Laranjinha [Cunha]", conta Morelli.
Entre uma data e outra, desenvolvem-se os tr�s temas da trama, "a maturidade, a amizade e a paternidade", segundo o diretor. Mais precisamente: "Acerola tem um filho, e Laranjinha vai encontrar o pr�prio pai. Em suma, � um filme sobre o nascimento de um pai".
Enquanto o diretor conversa com a Folha, no intervalo de almo�o das grava��es, no morro do Chap�u Mangueira, Silva se aproxima para um di�logo sem palavras com o diretor. Ele indica com a cabe�a dois rapazes que traz ao seu lado. Morelli pede que tirem as camisas. "Voc� tamb�m, Douglas." O diretor aponta o garoto cujo torso � quase id�ntico ao de Silva: "� ele". Os tr�s se afastam.
O escolhido ser� dubl� de Silva numa cena do filme de que ele prefere n�o participar. As raz�es do ator ficam entre ele e o diretor. Morelli trabalha com Silva e Cunha desde 2003, quando o sucesso do filme "Cidade de Deus" (de Fernando Meirelles, s�cio de Morelli na produtora O2) levou � TV a s�rie "Cidade dos Homens".
Produzido pela O2, o programa era estrelado por Laranjinha e Acerola, que haviam debutado no curta-metragem "Palace 2" (2002), experimento para "Cidade de Deus".
"Est�o cada vez mais profissionais", diz Morelli, que aposta numa promissora carreira para os atores, mesmo longe dos personagens que os notabilizaram. "Eles ficam um pouco inseguros quanto a isso, mas s�o muito bons, talentos�ssimos. V�o continuar sendo convidados para cinema e TV."
Profissionalismo � parte, Morelli revela que os atores "passaram por momentos muito emocionais" nos ensaios do filme. "Nenhum dos dois conhece o pai. A paternidade � um problema seri�ssimo aqui."
Indissoci�vel da vida nos morros, "a guerra do tr�fico � o terceiro personagem" de "Cidade dos Homens". Nas filmagens que a Folha acompanhou, na semana passada, a casa da av� de Acerola � incendiada por um bando ligado ao tr�fico, epis�dio que concretiza a expuls�o dos garotos do morro.
Autor de "Viva Voz" e "O Pre�o da Paz", Morelli diz haver "herdado a conclus�o dessa hist�ria que Fernando [Meirelles] come�ou com "Cidade de Deus'". Mas afirma que, "apesar da expectativa que existe, "Cidade dos Homens" n�o quer nem vai repetir "Cidade de Deus'" na abordagem das drogas e da viol�ncia urbana.
A participa��o do tr�fico no novo filme, afirma o diretor, � lateral, mas n�o poderia deixar de existir, por fidelidade ao ambiente em que vivem os personagens. "Na comunidade fala-se tamb�m de futebol e de mulher, mas � ineg�vel que a viol�ncia � o grande tema."
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Para Laranjinha e Acerola, a vida termina aos 18. A hist�ria dos personagens interpretados h� cinco anos por Darlan Cunha e Douglas Silva no cinema e na TV ter� um ponto final com o filme "Cidade dos Homens", em que atingem a maioridade.
O longa est� sendo rodado no Rio, com dire��o de Paulo Morelli, que assina o roteiro com Elena Soarez ("Eu, Tu, Eles").
"O primeiro dia do filme � o anivers�rio de 18 anos do Acerola [Silva]; e o �ltimo, o anivers�rio de 18 anos do Laranjinha [Cunha]", conta Morelli.
Entre uma data e outra, desenvolvem-se os tr�s temas da trama, "a maturidade, a amizade e a paternidade", segundo o diretor. Mais precisamente: "Acerola tem um filho, e Laranjinha vai encontrar o pr�prio pai. Em suma, � um filme sobre o nascimento de um pai".
Enquanto o diretor conversa com a Folha, no intervalo de almo�o das grava��es, no morro do Chap�u Mangueira, Silva se aproxima para um di�logo sem palavras com o diretor. Ele indica com a cabe�a dois rapazes que traz ao seu lado. Morelli pede que tirem as camisas. "Voc� tamb�m, Douglas." O diretor aponta o garoto cujo torso � quase id�ntico ao de Silva: "� ele". Os tr�s se afastam.
O escolhido ser� dubl� de Silva numa cena do filme de que ele prefere n�o participar. As raz�es do ator ficam entre ele e o diretor. Morelli trabalha com Silva e Cunha desde 2003, quando o sucesso do filme "Cidade de Deus" (de Fernando Meirelles, s�cio de Morelli na produtora O2) levou � TV a s�rie "Cidade dos Homens".
Produzido pela O2, o programa era estrelado por Laranjinha e Acerola, que haviam debutado no curta-metragem "Palace 2" (2002), experimento para "Cidade de Deus".
"Est�o cada vez mais profissionais", diz Morelli, que aposta numa promissora carreira para os atores, mesmo longe dos personagens que os notabilizaram. "Eles ficam um pouco inseguros quanto a isso, mas s�o muito bons, talentos�ssimos. V�o continuar sendo convidados para cinema e TV."
Profissionalismo � parte, Morelli revela que os atores "passaram por momentos muito emocionais" nos ensaios do filme. "Nenhum dos dois conhece o pai. A paternidade � um problema seri�ssimo aqui."
Indissoci�vel da vida nos morros, "a guerra do tr�fico � o terceiro personagem" de "Cidade dos Homens". Nas filmagens que a Folha acompanhou, na semana passada, a casa da av� de Acerola � incendiada por um bando ligado ao tr�fico, epis�dio que concretiza a expuls�o dos garotos do morro.
Autor de "Viva Voz" e "O Pre�o da Paz", Morelli diz haver "herdado a conclus�o dessa hist�ria que Fernando [Meirelles] come�ou com "Cidade de Deus'". Mas afirma que, "apesar da expectativa que existe, "Cidade dos Homens" n�o quer nem vai repetir "Cidade de Deus'" na abordagem das drogas e da viol�ncia urbana.
A participa��o do tr�fico no novo filme, afirma o diretor, � lateral, mas n�o poderia deixar de existir, por fidelidade ao ambiente em que vivem os personagens. "Na comunidade fala-se tamb�m de futebol e de mulher, mas � ineg�vel que a viol�ncia � o grande tema."
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