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15/08/2003 - 07h00

Cr�tica: Assis faz com "Amarelo Manga" um quase-grande filme

PEDRO BUTCHER
cr�tico da Folha

H� quase um ano "Amarelo Manga" ficou pronto e come�ou a circular pelos festivais de cinema --e h� quase um ano vem se falando desse filme. Nesse meio tempo, o longa-metragem de estr�ia de Cl�udio Assis ganhou ares mitol�gicos. Seria o filme-rebelde da retomada; aut�ntica revolu��o. Chegaram a dizer que nascia, com ele, uma "nova dramaturgia".

Cercado, agora, de imensa expectativa, "Amarelo Manga" periga decepcionar. O que seria uma injusti�a, pois ele est� longe de ser desinteressante. Mas o que traz de novo? A rigor, nada. Sua maior import�ncia est� em dar continuidade a um movimento que despontou l� no come�o da retomada, com "Baile Perfumado", e que foi interrompido por circunst�ncias diversas: uma produ��o vigorosa, vinda de Pernambuco, equivalente cinematogr�fico ao musical mangue bit.

Um pouco como "Baile Perfumado", "Amarelo Manga" tem imensa dose de energia e um resultado aqu�m do que essa energia poderia gerar. Ao fim da proje��o, fica a sensa��o de desperd�cio, de algo que escapou, de um quase-grande filme.

O que ele traz de melhor s�o imagens documentais do Recife, representando um Nordeste urbano, cru e --por que n�o?-- bonito. Na forma de um painel, cruzam-se as trajet�rias de v�rios personagens: a dona de bar L�gia (Leona Cavalli), o estrangeiro Isaac (Jonas Bloch), o a�ougueiro Wellington (Chico Diaz), sua mulher, a evang�lica Kika (Dira Paes), o homossexual Dunga (Matheus Nachtergaele).

O tratamento dado aos personagens, buscando fugir do glamour e dos clich�s, quase cai em seu rev�s, ou seja, o naturalismo, o retrato fetichizado do povo. Todos eles t�m alguma pervers�o (o estrangeiro necr�filo, o homossexual vingativo, a evang�lica capaz da viol�ncia brutal). Nesse sentido, outro longa da retomada, o "Madame Sat�" de Karim A�nouz, trouxe um tratamento muito mais original e n�o-fetichizado.

"Amarelo Manga" vale pelo vigor, pelas imagens do Recife contempor�neo e at� pelo esfor�o na busca do novo. Mas da� a cham�-lo de revolucion�rio, n�o d�.

Avalia��o:

Amarelo Manga
Produ��o:
Brasil, 2002
Dire��o: Cl�udio Assis
Com: Matheus Nachtergaele, Jonas Bloch, Dira Paes, Leona Cavalli Quando: a partir de hoje nos cines An�lia Franco, Espa�o Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Interlagos, Interlar Aricanduva e Lumi�re
 

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