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11/01/2002 - 03h40

"Do Inferno", filme sobre Jack, o Estripador, estr�ia hoje

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PAOULA ABOU-JAOUDE
free-lance para a Folha, em Los Angeles

Em "Do Inferno", filme dos irm�os-cineastas Albert e Allen Hughes que estr�ia hoje no Brasil, Johnny Depp interpreta Fred Abberline, um investigador ingl�s que tenta elucidar um dos maiores casos das p�ginas policiais de todos os tempos: a s�rie de assassinatos de prostitutas promovida com requintes de terror por Jack, o Estripador.

F� desde crian�a do criminoso que atormentou a Londres do s�culo 19, Depp acrescenta mais um personagem dark � sua extensa galeria de tipos estranhos e g�ticos. Nos �ltimos dois anos, depois do nascimento de sua primeira filha, Lily-Rose, com a atriz e cantora francesa Vanessa Paradis, o ator vem se diversificando. Foi drag queen em "Antes do Anoitecer", traficante em "Profiss�o de Risco" e cigano em dois filmes: "Chocolate" e "The Man Who Cried", este �ltimo ainda in�dito.

Apesar de dizer que vive "uma vida mais regrada e ma�ante" desde que se tornou pai, Depp definitivamente n�o perdeu sua pose de cool. Ele chega para a entrevista usando uma malha rasgada na gola e um chap�u furado na cabe�a. "Posso fumar aqui?", ele pergunta. "� que ainda n�o consegui largar esse v�cio."

Folha - Boa parte dos filmes que voc� escolhe para fazer lida com elementos g�ticos. Como explica essa atra��o pelo dark?
Johnny Depp -
Sempre gostei desse tipo de hist�ria, desde crian�a. Mas, a cada dia que passa, venho me fascinando mais pelo comportamento humano, pelo que motiva as pessoas a fazerem o que fazem; pelo que faz uma pessoa se tornar dark e outra, solar.

Folha - Qual � a sua fase agora?
Depp -
Ah, agora eu estou no lado ensolarado da cal�ada. Pelo fato de ter me tornado pai, testemunhei um peda�o da vida que achava que n�o existia. Sei que � estranho, pois antes de conhecer Vanessa estava fazendo filmes dark, inclusive o de [Roman] Polanski ["O �ltimo Portal"].

Folha - Por que ent�o decidiu fazer "Do Inferno"?
Depp -
Lembro que, aos sete anos, assisti a um document�rio na TV sobre Jack, o Estripador. E isso criou certo interesse. Desde ent�o, tenho lido os livros e as mais diversas teorias sobre o caso. O mais fascinante para mim � o fato de que crimes t�o horrendos assim n�o tenham sido resolvidos, apesar de s�lidas teorias.

Folha - Acha que a teoria que "Do Inferno" explora � a verdadeira?
Depp -
Acho que � bem s�lida, sim. � uma das melhores e, certamente, a mais elaborada. Tem uma outra de que gosto muito e est� esmiu�ada no livro "The Lodger", que parte do pressuposto de Jack ser um m�dico americano meio charlat�o que estaria em Londres na �poca dos crimes. Tudo � muito documentado. Ele foi at� preso e interrogado. Assim que tomou um navio de volta para os EUA, os crimes pararam.

Folha - Voc� � tido como um ator meticuloso. Como foi seu preparo para o ritual das drogas ingeridas no filme? J� tinha familiaridade com o absinto e o l�udano?
Depp -
Sim [risos]. A id�ia do l�udano era uma coisa que quis jogar na trama. Nunca ningu�m d� muita aten��o ao l�udano, embora fosse droga muito comum em 1800, inclusive usada por donas-de-casa. Achei interessante criar um personagem que estava se inebriando com �pio para afugentar seus dem�nios e ter mais claridade em mente para resolver uma s�rie de assassinatos.

Folha - Voc� j� tomou absinto?
Depp -
Estava filmando "A Lenda do Cavaleiro sem Cabe�a", em Londres, quando publicaram reportagens sobre a volta da legalidade do absinto. Imediatamente, disse: "Me mandem uma caixa. Preciso experimentar" [risos]. Mas definitivamente diria para as pessoas: "Proceda com cautela".

Folha - E �pio? Voc� j� tentou?
Depp -
�pio, sim. Voc� n�o fica com vontade de se mover muito, parece que virou um l�quido. Fora que eu vomitei muito depois. A gente tem esse sonho recorrente de que, ao chegarmos aos 65 anos, o que queremos � deitar num sof� e ficar � base de �pio o dia inteiro [risos". Mas isso foi antes de eu me tornar pai. Agora que tenho uma filha, minha vida � ma�ante.

Folha - Como voc� vai abordar o assunto das drogas com sua filha?
Depp -
Falarei tudo sobre drogas para ela. Voc� nunca quer que seu filho mexa com drogas, mas essa n�o � uma maneira muito realista de lidar com a vida.



Leia a nossa opini�o sobre o filme na Cr�tica Online
 

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