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19/02/2001 - 11h56

Eric Clapton vai ao jazz e troca 'cocaine' por jiu-j�tsu

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CLAUDIA ASSEF
da Folha, em Birmingham

Aos 55 anos, o guitarrista ingl�s Eric Clapton se considera uma pessoa mais s�bia: trocou blues e rock por bossa nova e jazz e abandonou v�cios da pesada -coca�na e �lcool- por uma cole��o de carr�es e lutas de jiu-j�tsu.

Seguindo sua l�gica de amadurecimento, Clapton diz que seu melhor disco � "Reptile", que chega �s lojas dos quatro cantos do mundo em 6 de mar�o. Avesso a entrevistas, topou receber alguns jornalistas num hotel luxuoso de Birmingham, Inglaterra, para falar sobre o disco.

"N�o sou uma celebridade, n�o gosto de passar dias falando sobre minha carreira ou sobre o que eu fa�o ou deixo de fazer", disse o dono de oito pr�mios Grammy.

"Reptile", cuja turn� chega ao Brasil em setembro, � uma homenagem a seu tio, que morreu no in�cio de 2000. "Na cidade onde nasci (o vilarejo de Ripley), "reptile" � uma forma de tratamento entre amigos. E meu tio foi um "reptile" muito especial", disse.

N�o � a primeira vez que Clapton desabafa a perda de um familiar em forma de m�sica. "Tears in Heaven" (92), um de seus maiores hits, foi feita em mem�ria de seu filho. "Nem sei por que me exponho tanto em algumas m�sicas. A privacidade � algo muito abstrato para mim."

Mais do que chorar a perda do tio, Clapton quis rever sua mem�ria musical em "Reptile". "Acho que "Pilgrim" (98) serviu para descarregar momentos tristes da minha vida", avalia. "Esse novo CD � uma celebra��o do tempo em que eu era crian�a."

A faixa "I've Got You on My Mind" � uma melodia que Clapton tem na mem�ria desde os 7 anos de idade. "Quando estou triste, come�o a cantar essa m�sica e fico bem."

"Reptile" � um tema instrumental que mistura samba, bossa nova e jazz. Clapton diz que a m�sica, bem como outros momentos do CD, foi inspirada em Jo�o Gilberto. "Sempre fui f� de Jobim e Milton Nascimento. Mas quando vi Jo�o tocar, no ano passado, em Londres, fiquei maravilhado."

Clapton virou f� de Jo�o e de sua filha, Bebel Gilberto. "N�o importa se Jo�o Gilberto n�o diz "boa noite" nem "obrigado" nos shows. Sei que ele consegue fazer m�gica apenas com voz e viol�o", elogia. "Quero muito conhec�-lo."

Desde meados dos anos 90, Clapton tem se mantido s�brio e diz que a vida ganhou uma nova dimens�o sem as drogas. "Foi nesse momento que comecei a me importar com o reconhecimento de minha obra", diz.

"Quando estava voltando a ser careta, queria que me reconhecessem como algu�m importante para a m�sica. Praticamente obriguei os caras a me colocarem no Hall of Fame", afirma.

Nos anos 90, beirou a superexposi��o. "Comecei a ganhar pr�mio e a vender muitos discos. Chegou um momento em que realmente achei que estava me vendendo", diz. O disco "Unplugged" vendeu 15 milh�es de c�pias.

Os CDs de Clapton, que nos anos 60 constru�ra reputa��o de guitarrista-fen�meno e junkie e que participou de bandas revolucion�rias (Yardbirds, Cream, John Mayall's Bluesbreakers e Blind Faith), come�avam ali a virar um �timo presente para o Dia das M�es.

O Clapton maduro trocou drogas e bebedeira por uma cole��o de carros, especialmente Ferrari e Mercedez. E virou f� de torneios de jiu-j�tsu ("Os irm�os Gracie s�o demais").
 

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