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07/11/2004 - 10h47

Rem�dio contra acne causa ao menos quatro mortes

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CL�UDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

Um medicamento que n�o tem indica��o para uso dermatol�gico, embora seja prescrito por muitos dermatologistas brasileiros para tratamento de acne, queda de cabelo e excesso de p�lo em mulheres, est� associado a pelo menos quatro mortes de mulheres nos �ltimos dois anos.

Todas as v�timas tinham algo em comum: eram mulheres jovens --entre 20 e 35 anos--, saud�veis e que utilizavam na ocasi�o da morte a flutamida, um antiandrog�nico aprovado no pa�s apenas para o tratamento do c�ncer da pr�stata em est�gio avan�ado.

Subst�ncia muito eficaz no tratamento hormonal, a flutamida possui um efeito degradante no f�gado, podendo levar a um quadro em que o f�gado perde toda a fun��o (hepatite fulminante). A �nica chance � um transplante de f�gado em at� 72 horas.

Quando ingerida durante a gravidez, a droga pode causar danos ao feto: desde um aborto at� o impedimento do desenvolvimento da genit�lia masculina. Por�m, entre os dermatologistas, a flutamida � apontada como uma droga eficaz, se usada corretamente.

A pr�pria Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria), que lan�ou recentemente um alerta sobre as mortes, admite que pode haver mais casos de fal�ncia hep�tica que n�o foram notificados por m�dicos ou familiares.

Segundo Patr�cia de Figueiredo, t�cnica da unidade de farmacovigil�ncia da Anvisa, as v�timas usavam o rem�dio para acne e alop�cia (calv�cie feminina).

No ano passado, Figueiredo fez um levantamento com 100 dermatologistas brasileiros e verificou que a maioria deles utiliza o medicamento respaldados em pelo menos 25 estudos realizados no exterior que apontam uma suposta efic�cia ou seguran�a da droga.

O problema, segundo ela, � que esses estudos, do ponto de vista cient�fico, s�o falhos especialmente porque avaliam grupos pequenos de pessoas --entre 50 e 60.

Mesmo prescrevendo um rem�dio n�o-aprovado, os m�dicos n�o infringem nenhuma norma da Anvisa. "O profissional tem a liberdade de prescrever o composto, mas � respons�vel por isso e por alertar os pacientes", diz.

A mesma toler�ncia, por�m, n�o ocorre no �mbito do CRM (Conselho Regional de Medicina), garante o presidente da regional paulista do conselho, Clovis Francisco Constantino.

Segundo ele, o uso de rem�dio, sem comprova��o cient�fica para um fim espec�fico, e sem aprova��o no �rg�o regulador (no caso, a Anvisa), constitui em infra��o ao c�digo de �tica m�dica. Ele afirma que o CRM est� investigando den�ncias sobre o uso da flutamida na dermatologia.

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