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29/07/2002 - 20h05

Preso assassinado disse � pol�cia conhecer amigo de Celso Daniel

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da Folha Online

O preso Dion�sio Aquino Severo, assassinado em abril no CDP (Centro de Deten��o Provis�ria) do Bel�m, na zona leste de S�o Paulo, havia afirmado, em depoimento, que conhecia o empres�rio S�rgio Gomes da Silva, que estava no carro com o prefeito de Santo Andr� Celso Daniel quando ele foi sequestrado, em janeiro. Severo havia sido resgatado de helic�ptero da penitenci�ria Jos� Parada Neto, em Guarulhos, Grande S�o Paulo. As declara��es podem ligar o resgate ao caso Celso Daniel.

Severo foi assassinado com golpes de estiletes enquanto conversava com sua advogada, no parlat�rio do CDP.

Em depoimento ao Deic (Departamento de Investiga��es Sobre Crime Organizado), o preso C�sar Augusto Roriz Silva, o Cesinha, confessou ter mandado assassinar Severo por ser de uma organiza��o rival, segundo a Pol�cia Civil. Cesinha � integrante da fac��o criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

As declara��es dadas por Severo � pol�cia ligariam os principais personagens do caso Celso Daniel. No entanto, ele morreu antes de contar detalhes que poderiam solucionar o caso.

"O restante que sei dessa hist�ria [sobre o assassinato de Celso Daniel], para preservar minha seguran�a, eu falo em ju�zo", disse Severo em depoimento.

Celso Daniel foi sequestrado em 18 de janeiro, ap�s sair de um restaurante na zona sul de S�o Paulo, Ele estava acompanhado pelo amigo S�rgio Gomes da Silva. Seu corpo foi encontrado dois dias depois em em Juquitiba, na Grande S�o Paulo.

Severo havia sido resgatado da penitenci�ria de Guarulhos no dia 17 de janeiro e foi recapturado em abril, em Alagoas, ap�s assalto a banco.

Segundo a Secretaria da Administra��o Penitenci�ria, o assassinato de Severo foi atribu�do a Cesinha e funcion�rios do CDP respondem a sindic�ncia que apura poss�vel falha na seguran�a interna. N�o h� informa��es sobre novas investiga��es no caso.

Depoimento
Severo, al�m de falar sobre a fuga de helic�ptero da penitenci�ria de Guarulhos, declarou que, em 1989, namorou com a ex-mulher de S�rgio Gomes da Silva. Na �poca, conforme Severo, Silva trabalhava como seguran�a da mo�a e de uma amiga dela.

Durante investiga��es da Pol�cia Civil, o gar�om Carlos Eduardo Costa Marto, 21, foi preso sob acusa��o de envolvimento na fuga. Ele trabalhou no restaurante Rubayat, o mesmo em que Celso Daniel e S�rgio Gomes da Silva jantaram no dia 18 de janeiro, pouco antes de serem rendidos e de o prefeito ser levado pelos sequestradores.

Ele seria amigo de Cleiton Gomes de Souza, tamb�m acusado de sequestrar o helic�ptero que resgatou os presos em Guarulhos. Na ocasi�o Souza confirmou participa��o no resgate, mas negou o envolvimento com o sequestro e morte do prefeito de Santo Andr�.

Marto teria se hospedado, dias antes do sequestro, em uma pens�o que pertence ao tio de Klinger Luiz de Oliveira, ex-secret�rio de Servi�os Municipais de Santo Andr�. Oliveira pediu afastamento do cargo ap�s den�ncias de envolvimento em um suposto esquema de corrup��o envolvendo empresas comandadas por Ronan Maria Pinto e S�rgio Gomes da Silva.

O relat�rio da Pol�cia Civil de S�o Paulo sobre o sequestro e morte do prefeito foi enviado em abril para a Justi�a. Os acusados disseram � pol�cia que renderam Celso Daniel porque haviam tentado sequestrar um comerciante, que conseguiu fugir.

Fuga
O resgate de Severo teria sido inspirada no traficante Jos� dos Reis Encina, o Escadinha, que, em 1985, saiu de helic�ptero do pres�dio da Ilha Grande (154 km do Rio).

O filho de Severo, de 17 anos, e Cleilson Gomes de Souza alugaram um helic�ptero no Campo de Marte para fazer um v�o panor�mico e, ap�s a decolagem, renderam o piloto, no dia 17 de janeiro.

No in�cio da tarde, a aeronave pousou na quadra da penitenci�ria para resgatar o preso. Al�m de Severo, outros dois presos fugiram.

O grupo foi levado de helic�ptero at� Embu. No dia 29, a Pol�cia Civil prendeu Souza e Ailton Feitosa em Ibi�na (64 km a oeste de S�o Paulo).

Rodrigo -filho de Severo- havia sido detido em Sergipe, dias antes do pai ser preso.


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