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Rio-2016 faz cidade, enfim, chegar ao fim do s�culo 20 em termos de infraestrutura

N�o reconhecer os avan�os na infraestrutura do Rio � fechar os olhos para o resultado do canteiro de obras em que se transformou a cidade nos �ltimos sete anos.

Inebriar-se com os novos cen�rios � ignorar falhas que eles escondem.

A Olimp�ada foi usada como argumento para tirar projetos h� d�cadas nas gavetas. As vias que abriram espa�o para corredores expressos de �nibus estavam previstas havia mais de 50 anos. A linha 4 do metr� (Barra-Ipanema) foi sugerida pela primeira vez na d�cada de 1970, quando a ocupa��o na Barra iniciava.

S�mbolos do legado, eles aumentaram a capacidade de transporte em �reas carentes desse investimento.

Mas � sintom�tico que o novo sistema de transporte comece a operar no momento em que o governo do Estado, em crise financeira, planeja reduzir a integra��o tarif�ria entre os modais. Um convite ao uso do carro particular, contr�rio a qualquer pol�tica urbana no s�culo 21.

O bilhete �nico para ligar os novos corredores de �nibus � linha 4 ainda faz parte de um protocolo de inten��es. Sua concretiza��o depende da discuss�o sobre quem vai pagar a conta.

A pra�a Mau� revitalizada � um dos �cones oficiais do legado, tendo sido o epicentro do boulevard ol�mpico do porto. Mas seu papel s� ser� completo quando a regi�o portu�ria de fato atrair novos moradores para o Centro.

Esse � objetivo do projeto –cuja discuss�o come�ou na d�cada de 1980–, ainda longe de ser alcan�ado. N�o � toa, o principal fracasso das promessas ol�mpicas � a despolui��o da ba�a de Guanabara, sonho dos anos 1990.

Seu sucesso dependia de planejamento e integra��o entre prefeitos da regi�o metropolitana, governador e empresas, trabalho de gest�o que n�o comoveu as autoridades envolvidas nos Jogos.

H� ainda muitos passivos a solucionar. A seguran�a do Rio agora precisa manter a paz sem os 50 mil agentes extras dos Jogos e sem atrasar sal�rios de policiais.

O Estado necessita de reformas no sistema ferrovi�rio, que ainda disputa espa�o com carros e pedestres na regi�o metropolitana. Mas � preciso reconhecer que grandes investimentos foram conclu�dos num prazo relativamente apertado.

O legado dos Jogos tirou o Rio, finalmente, da primeira metade do s�culo 20 em termos de infraestrutura. Um bom planejamento urbano e financeiro � essencial para coloc�-lo, enfim, no s�culo 21.

Editoria de Arte/Folhapress
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