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'Talvez seja morto se voltar para Eti�pia', diz atleta que protestou em maratona

Ap�s protestar durante os Jogos Ol�mpicos, o et�ope Feyisa Lilesa, 26, afirmou que n�o pode voltar para casa. Segundo o maratonista, que conquistou a medalha de prata no Rio, retornar ao pa�s de origem significaria ser morto ou preso.

Assim que cruzou a linha de chegada da maratona, Lilesa cruzou os bra�os acima da cabe�a. Trata-se de uma alus�o aos s�mbolo utilizado por manifestantes anti-governo na Eti�pia, numa tentativa de alertar o mundo para o que est� acontecendo no pa�s.

O maratonista pertence � etnia da Oromo, que vive pr�ximo da fronteira da Eti�pia com a Som�lia. O grupo, de maioria crist�, � um povo agr�cola e semi-n�made, cuja hist�ria � marcada por problemas pol�ticos com o governo. Com 38 milh�es de pessoas, constituem cerca de 40% da popula��o do pa�s.

De acordo com a ONG Human Rights Watch, a Eti�pia vive, desde o final de 2015, uma s�rie de protestos contra a desapropria��o de terras do povo Oromo como parte de um plano nacional de desenvolvimento.

No come�o de agosto deste ano, a organiza��o humanit�ria diz que for�as de seguran�a do governo et�ope usaram armas letais para coibir protestos e mataram "at� 100 pessoas".

Ao todo, a Human Rights Watch afirma que mais de 500 manifestantes foram assassinados desde que os protestos come�aram em novembro de 2015.

Lilesa vive na regi�o da Oromia, onde parte das mortes teriam ocorrido. "O governo da Eti�pia est� matando as pessoas [da etnia] Oromo e tomando suas terras e recursos. Por isso as pessoas est�o protestando e eu apoio o protesto porque sou Oromo", disse o atleta em entrevista coletiva ap�s a corrida.

"Meus parentes est�o na pris�o e se falam de direitos democr�ticos, s�o mortos. Eu ergui minhas m�os para apoiar o protesto Oromo", afirmou.

O atleta repetiu o gesto durante a cerim�nia de premia��o da maratona (as medalhas s� foram entregues na cerim�nia de encerramento). Segundo a ag�ncia de not�cias AP, a emissora estatal da Eti�pia n�o transmitiu os protestos de Lilesa, substituindo-o por imagens de Eliud Kipchoge, queniano que venceu a prova.

De acordo com o "Washington Post", o maratonista afirmou que talvez seria morto se voltasse � Eti�pia. "Se n�o me matarem, v�o me prender. Eu ainda n�o decidi, mas talvez mude para outro pa�s", disse.

O ministro de Comunica��es da Eti�pia, Getachew Reda, afirmou � rede americana CNN que Lilesa "n�o deveria se preocupar em retornar" e que o maratonista � "um her�i".

Al�m disso, disse garantir que "� um pouco exagerado dizer que seus entes queridos estar�o em risco porque voc� fez um gesto ou outro. Eu posso assegurar que nada vai acontecer � sua fam�lia e nada vai acontecer a ele".

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