O aguardado ouro n�o veio, mas a fa�anha do baiano Isaquias Queiroz, 22, nos Jogos Ol�mpicos do Rio ganhou dimens�o muito maior do que qualquer metal.
Ao lado de Erlon Souza, 25, ele conquistou neste s�bado (20) a medalha de prata na prova C2 1.000 m e se sagrou o primeiro atleta brasileiro na hist�ria a subir tr�s vezes ao p�dio na mesma Olimp�ada.
Pelo ineditismo do feito, foi escolhido porta-bandeira do Brasil na cerim�nia de encerramento deste domingo (21), �s 20h, no Maracan�.
Agora, o cano�sta habita um patamar s� seu. Ele obteve na ter�a-feira (16) uma prata no C1 1.000 m e, na quinta (18), um bronze no C1 200 m.
Isaquias superou os atiradores Guilherme Paraense e Afr�nio da Costa (Antu�rpia-1920) e os nadadores Gustavo Borges (Atlanta-1996) e Cesar Cielo (Pequim-2008), todos com duas l�ureas em cada uma destas edi��es do torneio.
Ele chegou a se ajoelhar diante dos torcedores como forma de agradecimento.
"N�s nos trancamos nesses �ltimos meses para treinar e n�o ser perturbado. Merec�amos muito essa medalha. A minha medalha de ouro foi a torcida", afirmou o atleta, que receber� R$ 132 mil de b�nus da confedera��o brasileira pelo �xito na competi��o.
O confinamento promovido pelo t�cnico espanhol Jes�s Morl�n deixou Isaquias por tr�s meses sem ver a namorada, Larissa. Eles s� se falavam ao telefone antes das 20h, hor�rio em que o treinador estabeleceu para que os atletas dormissem.
� exce��o de Erlon, que mora com a mulher, Ros�ngela, todos os outros integrantes da sele��o brasileira de canoagem velocidade convivem em uma casa em Lagoa Santa, na grande Belo Horizonte.
A moradia em conjunto foi considerada um dos principais trunfos para a campanha no Rio. A base na cidade mineira ser� mantida para o pr�ximo ciclo ol�mpico rumo aos Jogos do T�quio, em 2020.
Morl�n, cujo contrato se encerra ap�s a Rio-2016, tamb�m aceitou permanecer com vistas � Olimp�ada do Jap�o.
A PRIMEIRA VEZ
Curiosamente, a canoagem brasileira jamais havia ido ao p�dio em Jogos Ol�mpicos. O esporte consta da programa��o desde Berlim-1936.
Houve um lobby feito pela confedera��o brasileira e pelo COB (Comit� Ol�mpico do Brasil) dentro da federa��o internacional para que a ordem das provas fosse alterada de maneira a beneficiar Isaquias.
Diferentemente de Londres, n�o houve duas provas de longa dist�ncia (1.000 m) consecutivas -elas foram intercaladas pela de 200 m.
As tr�s medalhas equiparam os cano�stas ao jud�, � gin�stica art�stica e ao v�lei (contando quadra e praia) como esportes que mais faturaram para o pa�s nos Jogos do Rio.
A consagra��o do baiano ocorreu perante um est�dio lotado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Isaquias e Erlon tomaram a dianteira desde a largada e ficaram bem � frente dos rivais por praticamente 750 m.
No quarto final de prova, por�m, os alem�es Sebastian Brendel e Jan Vandrey tiveram uma rea��o espetacular e sa�ram da quinta posi��o para o ouro (3min43s912). Os brasileiros terminaram o percurso em 3min44s819, seguidos dos ucranianos Dmytro Ianchuk e Taras Mishchuk (3min45s949).
"As tr�s medalhas n�o s�o s� minhas. S�o do Brasil", afirmou Isaquias, enquanto Erlon completou. "Infelizmente n�o deu para ganhar o ouro, mas fica para T�quio", prometeu.
Ap�s o feito deste s�bado, Isaquias foi celebrar com o p�blico que, gra�as �s medalhas e ao carisma, j� o reconhece como novo �dolo do esporte nacional.