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Atleta refugiado do Congo quer revanche com campe�o mundial do jud�

O judoca congol�s Popole Misenga, 24, da equipe de refugiados, buscou deixar claro que estava na Rio-2016 para ganhar. E quer uma nova chance.

Misenga afirmou que quer uma revanche contra o sul-coreano Donghan Gwak, campe�o mundial e primeiro no ranking, para quem perdeu nesta quarta-feira (10) nas oitavas de finais da categoria m�dio (at� 90 kg).

"Tem revanche. Vou atr�s dele para pegar e ganhar essa medalha, disse Misenga, ap�s a luta.

Han Yan/Xinhua
O atleta refugiado Popole Misenga, do jud�, ap�s luta na Rio-2016
O atleta refugiado Popole Misenga, do jud�, ap�s luta na Rio-2016

O congol�s perdeu por ippon ap�s sofrer uma chave de bra�o com 3min59 de luta, que dura no total cinco minutos. At� aquele momento, a luta estava empatada, com dois shid�s (puni��es) para cada. A remota chance de vit�ria sobre o campe�o mundial provocava euforia na Arena Carioca 2.

"Era algo super imposs�vel ganhar do coreano. Foi equilibrado por quatro minutos. A estrat�gia era n�o ir para cima. Ele tem um contragolpe muito forte. Por isso ele estava muito irritado. Ele fez direitinho, mas n�o contava com o [combate] ch�o, onde cometeu um erro", disse Geraldo Bernardes, treinador da equipe de refugiados e da sele��o brasileira por quatro Olimp�adas.

Misenga venceu a sua primeira luta, contra o indiano Avtar Singh, 71� do ranking mundial. O triunfo levantou o p�blico na arena, que gritava: "Popole, Popole, Popole".

"Quando entrei na arena, achei que n�o teria nenhum torcedor. De repente vi o Brasil inteiro torcendo para mim. Veio um neg�cio... Tinha que vencer a primeira luta. Venci", disse o congol�s.

A Federa��o Internacional de Jud� ainda n�o definiu se vai aceitar a participa��o de refugiados em suas competi��es.

RELA��O COM BRASIL

Misenga disse que n�o deve se naturalizar brasileiro para tentar a vaga de Tiago Camilo, dono da vaga na categoria e que disputou sua �ltima Olimp�ada. "Aqui no Brasil j� tem muito judoca", disse o congol�s.

Bernardes afirmou que Misenga teria chances na sele��o brasileira. "Ele se preparou s� por quatro meses e ganhou uma luta. � jovem, pode treinar e melhorar."

A outra refugiada que entrou no tatame nesta quarta foi Yolande Bukasa, 28. Ela n�o amea�ou a israelense Linda Bolder, que aplicou um waza-ari e um ippon em 1min04 de luta. Ela disse que pretende seguir sua carreira.

"Me senti como se estivesse em casa. Fiquei emocionada e feliz. Vi que muita gente gosta de mim. Me senti como se fosse da fam�lia. Estou representando muitas na��es, todos os refugiados do mundo", disse ela.

Os dois s�o da Rep�blica Democr�tica do Congo, pa�s que vive desde 1990 uma espiral de viol�ncia, resultado da disputa pelo poder da regi�o rica em minas de ouro, estanho, tungst�nio e coltan, usado na fabrica��o de chips de celular.

Misenga e Bukasa desembarcaram no Brasil em 2013 para a disputa do Mundial do Rio. Foram abandonados pelos t�cnicos, que n�o custearam sequer a alimenta��o dos atletas, e decidiram desertar.

Voltaram a lutar quando entraram em abril no Instituto Rea��o, projeto social do judoca Fl�vio Canto. Nos �ltimos quatro meses, participaram de alguns treinamentos da sele��o brasileira.

"Eles tiveram muito pouco tempo. Yolande n�o tinha at� ontem [ter�a] nem a camisa branca que as atletas usam por baixo do quimono. Eles perderam a no��o [do que era o jud�]. Tive que ensinar toda a nova regra da competi��o", disse Bernardes.

Os dois querem continuar a lutar, mas sabem que j� marcaram seus nomes na hist�ria das Olimp�adas.

"Meu nome j� entrou na hist�ria da Olimp�ada. Sou vencedor tamb�m. Quero patroc�nio, para me ajudar e fazer mais competi��o. Quero continuar na minha profiss�o de judoca", disse Misenga.

Que esporte � esse? - Olimp�ada - Folha de S.Paulo

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